Num jogo elétrico houve muitos momentos de alta tensão, embora com alguns jogadores em claro curto circuito. Paulo Bento e Del Bosque trocaram de fusíveis, mas o empate durou até aos penáltis. Na noite de Donetsk a lotaria saiu à Espanha.
Moutinho pauta o ritmo, Ronaldo foca a baliza
A história de séculos moldou as fronteiras dos países da Península e determinou entre eles uma rivalidade ancestral. Havia uma presença na final para garantir e por isso, Portugal e Espanha tentaram resolver o jogo desde cedo.
A primeira parte não teve golos, mas foi bem jogada entre duas seleções que procuraram não errar. Portugal foi tentando, quase sempre, empurrar Espanha para longe da sua área, mas o tiki-taka lá ia aparecendo.
A resposta lusitana ao aviso espanhol não tardou num «passe de letra» de João Moutinho, em pleno ar, com Ronaldo a rematar de primeira, mas com a bola a sair acima da barra da baliza espanhola.
Depois disso, Iniesta quase marcava aos 29 minutos. A bola circulou pelos pés de Negredo e Xavi antes de chegar ao criativo do Barcelona. O remate, em jeito, saiu por cima da barra da baliza portuguesa.
Até ao descanso a pressão inteligente de Portugal intensificou-se e obrigou nuestros hermanos a procurar outras soluções para fazer a bola chegar ao último terço luso, nomeadamente, através do jogo direto. Ainda assim o nulo manteve-se ao intervalo.
Dúvida soberana durou até aos penáltis
O mesmo cenário manteve-se no regresso dos balneários com a Espanha a circular a bola e Portugal a tentar sair com perigo para o ataque, mas sempre a «estancar» o ADN espanhol na relva.
O relógio, esse, avançava e a questão física começava a imperar numa partida que teve 48 mil adeptos no Donbass Arena.
A Espanha aparentou estar mais desgastada, até porque teve menos dias de recuperação do que Portugal face aos encontros dos quartos-de-final. Quem não se importou com isso foi Ronaldo que ia pedindo aos colegas para subirem no terreno.
Aos 71 minutos, os corações portugueses e espanhóis ficaram em suspense. Ronaldo sofreu falta em «carreira de tiro». O estádio fez silêncio para ver o que ia sair dos pés do madeirense e, verdade seja dita, a bola não passou muito longe da baliza de Casillas.
Ainda assim, é bom que se diga, a melhor ocasião de golo, durante os 90 minutos, pertenceu a Ronaldo. Os lusitanos saíram para o ataque numa situação de quatro para três, com Meireles a desmarcar o capitão e CR7 a acertar mal na bola e a enviar o esférico para a bancada! Seria português o golo aos 90 minutos.
No tempo de prolongamento o desgaste foi notório e tudo acabou por ser resolvido na lotaria dos penáltis.
Moutinho e Bruno Alves tremeram na lotaria, Fàbregas e Ramos não
No momento das grandes penalidades, foi Xabi Alonso o primeiro a falhar, mas Moutinho, do FC Porto, não fez melhor e permitiu a defesa de Casillas.
Depois foi a vez de Iniesta e Pepe que não falharam. No terceiro pontapé, Piqué focou Patrício e não falhou, tal como Nani.
Seguiu-se Sergio Ramos que não tremeu e marcou à «Panenka».
Os «nervos» passaram para Bruno Alves. Ele não podia falhar, mas falhou. O antigo jogador do FC Porto partiu para a bola e atirou com estrondo na barra. Os ferros também tiveram uma palavra, neste caso a última, no derradeiro pontapé de Fàbregas. O médio do Barcelona atirou para o fundo da baliza. A Espanha levou a melhor sobre Portugal. Uma das equipas que Platini imaginou... está na final.
3ª final consecutiva para a Espanha, depois do Euro 2008 e do Mundial de África do Sul 2010. Poderá ser também o 3º título consecutivo, constituindo o «triplete». | |
Nos últimos 54 anos, a Espanha só derrotou Portugal durante o tempo regulamentar por 2 vezes (total de 13 jogos, amigáveis e oficiais). Este foi o 35º jogo entre as 2 seleções. | |
Portugal já falhou a passagem às finais de uma competição internacional por 5 vezes (em 6 «meias-finais»); apenas o conseguiu no Euro caseiro de 2004. As 6 «meias-finais» foram conseguidas num total de 11 presenças em fases finais. |
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MF | 28/06 | 1-2 | 90' (g.p.) Mesut Ozil; 20' 36' Mario Balotelli | |||
MF | 27/06 | 0-0 (2-4 g.p.) |
0-0 (2-4 g.p.) | ||