O Sporting mantém Portugal na Europa. Os leões passaram com extrema dificuldade o teste de Kharkiv, onde o empate a uma bola com o Metalist serviu, depois da vitória por 2x1 em Alvalade. Um golo do céu e um Santo Patrício salvaram uma exibição pobre.
Este Sporting calçou as luvas, esta quinta-feira à noite, em Kharkiv. Primeiro as de Rui Patrício, que manteve o leão a respirar saudável quando o Metalist pressionou, e as de pugilista, num sentido metafórico, já bem perto do descanso, quando Ricky van Wolfswinkel arrumou por «k.o.» a equipa ucraniana. Até lá, aos 44 minutos, o Sporting tinha sido dominado e golpeado, ameaçava perder a pontos. Mas um golpe certeiro basta, como se provou.
Mas vamos por partes. André Martins foi a maior das surpresas de Sá Pinto no onze inicial mas o jogo passou ao lado, por cima e por baixo do jovem médio, colado aos centrais por força da entrada agressiva do Metalist. Eles que nos primeiros minutos ameaçaram mandar «pelos ares» um leão perdido no relvado onde no verão a seleção portuguesa defronta a Holanda, na última jornada do Grupo B do Campeonato da Europa.
Aos três minutos foi Edmar a ganhar de cabeça para defesa de Rui Patrício. Aos 12', Xandão não chegou - mesmo com aquela atura toda - e Cristaldo voltou a ameaçar a baliza verde e branca, sempre pelo ar. Aos 29, Taison, que até soa a nome de pugilista, arriscou de posição difícil mas lá teve de ser a luva de São Patrício a sacudir o perigo. Patrício, Patrício e Patrício. E a história ainda não tinha terminado.
Wolfswinkel agradeceu um golo caído do céu...
O maior dos perigos do Metalist chegou por terra, aos 32 minutos, quando Cleiton acusou velocidade a mais para Xandão e Polga e só as pernas de Rui Patrício evitaram um golo ucraniano que, por esta altura, não podia chocar ninguém. Sim, leu bem. Rui Patrício, está claro. As palavras podem ser duras, mas até aos 44 minutos - já lá vamos - o Sporting só existiu porque Rui Patrício enverga o leão ao peito. O resto foi zero.
Mas vamos lá ao minuto 44, altura em que um «k.o.» perfeito do Sporting encaminhou a eliminatória para bom porto lusitano. Diego Capel - que desastre a defender - fez o que sabe melhor, cruzou - com o pé direito - e Wolfswinkel tirou da gaveta todos os atributos de qualidade, na desmarcação e no cabeceamento perfeito para o 0x1. O intervalo chegava com o Sporting confortável na eliminatória.
... e Patrício foi Santo na terra
Se espera uma história muito diferente na segunda parte, pelo menos no que toca à exibição leonina, desista. Cristaldo começou logo aos 48 minutos a ameaçar - esquecimento coletivo na defesa verde e branca - e aos 57' deixou-se da bondade e atirou a valer, com Rui Patrício indefeso. Chegava o empate e ia-se o conforto português, que ameaçou desaparecer de vez aos 64 minutos, quando Insúa provocou uma grande penalidade.
Instantes antes, Rui Patrício tinha defendido, mais uma vez, e agora deparava-se com Cleiton Xavier a 11 metros de distância. Um golo e a eliminatória ficava empatada logo ali. Ficava, disse, porque o penálti do brasileiro foi muito pobre e porque Rui Patrício foi, é e será enorme neste Sporting. A defesa com as pernas manteve o leão na Europa, porque as ameaças ucranianas que se seguiram não surtiram novo efeito. Segue-se o Athletic Bilbao.
1-1 | ||
Jonathan Cristaldo 57' | Ricky van Wolfswinkel 44' |