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    Treinador Nuno Campos em exclusivo - Parte I

    «No Santa Clara, os jogadores falavam-me todos os dias de salários em atraso»

    Depois de 16 anos no papel de wingman de Paulo Fonseca, Nuno Campos iniciou em 2021 o percurso de treinador principal. Santa Clara e Tondela foram experiências demasiado curtas, mas deixaram marcas. 

    qNão é possível ver se um treinador é bom ou mau apenas com seis jogos feitos
    Nuno Campos, treinador
    Em entrevista forte ao zerozero, o lisboeta de 48 anos não deixa nada por esclarecer. Fala das difíceis condições encontradas em Ponta Delgada, dos graves problemas financeiros e de um presidente da SAD com comportamentos incomuns. 

    Nos beirões mantém uma casa amiga, uma casa que conduziu à histórica final da Taça de Portugal, em 2022. Uma prova, de resto, conquistada em 2016 ainda no papel de braço direito do mister Paulo Fonseca. 

    Comunicador de excelência, Nuno Campos pretende passar da teoria à prática as muitas ideias que tem sobre o jogo, o treino, o futebolista. 

    Do início nos juniores do Estrela ao Olímpico de Roma, da pastelaria e dos bares de praia à paixão pelos cavalos e a equitação. Uma hora carregada de reflexões. 

    Esta é a Parte I da entrevista ao zerozero.

    PARTE II - Nuno Campos e a separação com Paulo Fonseca: «Era uma folga em cinco semanas, estava exausto»

    Nuno Campos na final da taça com o Tondela @Catarina Morais / Kapta +


    zerozero – Não temos notícias do Nuno Campos desde a saída do Tondela, há um ano. O que fez ao longo desta época desportiva?

    Nuno Campos – Agradeço o convite, é sempre um prazer falar para o zerozero. Tenho andado mais com a família, depois de tantos anos seguidos a treinar. Nunca tive muito tempo para refletir sobre as coisas, aproveitei este interregno para ir a outros países, falar com treinadores de outros contextos e outras realidades. Estive em países europeus a conversar com pessoas do futebol. Aprendemos sempre algumas coisas e retiramos ilações do que ficou para trás. Foi importante para me dar perspetivas sobre um contexto não tão alto como aquele onde tenho andado, mas para o qual me vou ter de preparar para andar nos próximos anos.

    zz – Alguma dessas visitas provocou maior surpresa?

    NC – Retirei coisas boas de todas elas, mas não estava à espera de ver tanta coisa positiva ao nível da segunda liga neerlandesa. Deparei-me com estruturas muito organizadas e desenvolvidas. Considerava, erradamente, que à dimensão do segundo escalão neerlandês iria ver condições menores e encontrei estruturas completamente principais e semelhantes às da primeira liga. Claro que em Inglaterra, Alemanha e França encontrei o que esperava, mas nos Países Baixos encontrei essas ferramentas a que estava habituado em níveis superiores. Em Portugal temos dificuldade em trazer essas ferramentas para o nosso trabalho. Falta um bocadinho mais de dinheiro, possivelmente. 

    zz – Sentiu essas limitações nas passagens curtas por Santa Clara e Tondela?

    NC – Cheguei ao Santa Clara e ganhámos logo para a taça, ao Leiria. Depois fui conhecendo melhor a realidade do clube e a primeira coisa com que me deparei foi esta: os jogadores vinham falar comigo todos os dias sobre salários em atraso. Fiz seis jogos para o campeonato [uma vitória, um empate, quatro derrotas], fui constantemente à direção falar sobre estas situações e tentei melhorar as condições de trabalho, que não eram as melhores. Isso desgasta, mas estive tão pouco tempo que não deu para desgastar nada. Quando fomos ao Estoril, sofremos um golo de penálti no último minuto e empatámos. A bola bateu no braço do Morita. Ganhámos a seguir ao Arouca, em casa, e porque fomos perder a seguir ao Marítimo parece que já estava tudo errado. Tenho a mágoa de ter deixado tão cedo um trabalho que eu via que ia dar frutos. Houve coisas positivas, fizemos uma qualificação história para a final four da Taça da Liga, com uma vitória sobre o FC Porto. Tenho pena que o clube tenha descido agora de divisão e tenho a certeza de que a direção atual é a menos culpada. Encontraram uma situação de grande dificuldade. Lamento, porque as pessoas que trabalharam diretamente comigo, fossem dos Açores ou do continente, deram o máximo.

    zz - …

    NC – Havia pessoas que decidiam e que apanhavam o avião para ir ver apenas o jogo [Ismail Uzun, ex-presidente da SAD]. Nem sempre decidiram da melhor forma. Quem paga é o clube e as gentes desta terra maravilhosa. Acredito que o clube se vá levantar, porque merece estar na I Liga.

    zz – Não é fácil perceber o despedimento de um treinador acabado de contratar e cujas ideias seriam conhecidas de quem contrata.

    NC – A verdade é que não é possível ver se um treinador é bom ou mau apenas com seis jogos feitos. Para analisar o trabalho de um treinador temos de lhe dar tempo. Ele até pode ser mau, mas em seis jogos não é possível aferir isso. Senti que a equipa estava a crescer, a evoluir, e ao mínimo deslize aproveitaram para dizer ‘ok, ele até chateia um bocadinho com os ordenados, o melhor é ele sair’.

    @Rogério Ferreira / Kapta+

    «Recebi convites do Médio Oriente, mas não quero ir por esse caminho»

    zz – E no Tondela?

    NC – Os resultados não foram os que queríamos [uma vitória, quatro empates, três derrotas na Liga], mas melhorámos a média pontual e com essa conseguiríamos ficar na I Liga. Melhorámos a média de golos marcados e de sofridos, mas com apenas oito jogos e o handicap da ansiedade na luta pela manutenção, um momento difícil, sofria muito com a falta de discernimento para tomar decisões. Sofremos muitos empates nos últimos minutos, merecíamos ter ganhado mais jogos pelo futebol desenvolvido na altura. Restou a final da Taça de Portugal, após também o trabalho meritório do Pako Ayestarán – nós contribuímos na fase final e ainda ontem [terça-feira] fomos convidados para estar em Tondela na apresentação de um vídeo alusivo à final da taça.

    zz – Teve convite para continuar em Tondela?

    NC – Sim, tive, mas não estavam reunidas as condições para isso. Não podia inscrever jogadores e não podendo inscrever jogadores ia ficar ligado a uma época em que o clube não teria capacidade para lutar pela subida de divisão. Algo que a realidade tem comprovado. Provavelmente, toda a gente à volta me exigiria isso, sem haver condições. Evoluímos muito a equipa e isso está tudo medido. Passámos a ter mais oportunidades de golo, situações dentro da área adversária, evitar situações dentro da nossa área. As pessoas de Tondela gostaram do nosso trabalho, mas a quatro minutos o objetivo da manutenção caiu por terra. Um golo não muito normal de sofrer. Tivemos a final da taça para alguns jogadores estarem onde dificilmente voltarão a estar. Foi uma festa bonita, mas não foi acompanhada pelo sucesso no campeonato.

    zz – Essa experiência de pressão em Tondela prova que o lado emocional do futebolista é fundamental.

    NC – Acredito muito numa coisa: com tempo, e se a mensagem passada for positiva, as ideias do treinador são bem acolhidas. Ainda estive agora com ex-futebolistas meus no Tondela e alguns diziam-me ‘mister, consigo os meus números cresceram imenso’. Isto é uma vitória para o treinador, para mim tem toda a importância. Posso dar o exemplo do Salvador Agra, um jogador com enorme experiência. Ouvir isto dele só me pode deixar muito satisfeito. Fazer crescer alguém como ele, diz-me que o trabalho foi bem feito. Sem tempo, um treinador de método e de ideias claras passa a ser um treinador banal. Se há coisa que a minha carreira tem demonstrado, é que fizemos coisas fora do normal. Porque tivemos tempo. A minha carreira tem quase 20 anos, não apenas uns meses no Santa Clara e no Tondela.

    zz – Como é que conseguiu parar o FC Porto nos Açores? Quais foram os cuidados tidos em conta na preparação desse jogo?

    NC – Preocupamo-nos mais com a nossa equipa, é aí que está a raiz de um futuro positivo. Os jogadores têm de saber o que precisam de fazer em todos os jogos. E depois há detalhes estratégicos. Nós preparámos dois momentos defensivos: o primeiro passava por condicionar a primeira fase de construção do FC Porto, algo difícil de fazer pela qualidade dos jogadores e a ideia de jogo; e o segundo era a nossa organização no último terço defensivo, de forma a retirar espaço ao FC Porto, que é muito forte a atacar as costas, a profundidade. Se dermos esse espaço no momento em que um adversário tem a bola descoberta, como o Otávio ou o Vitinha, era muito difícil contrariar os movimentos à profundidade do FC Porto.

    qSurgiram-me coisas boas da Europa, mas por não ter o curso UEFA Pro não pude aceitá-las
    Nuno Campos, treinador

    zz – Ou pressionavam ou tiravam espaço às vossas costas. É compatível?

    NC – Sim. Ou pressionávamos forte na primeira fase de construção do FC Porto ou nos agrupávamos rapidamente no nosso terço defensivo, para que o espaço entre a linha defensiva e o guarda-redes fosse mais curto. Conseguimos levar isso para esse jogo com eficácia. Claro que passámos muito tempo no espaço defensivo, mas a ideia surtiu efeito porque retirámos espaço ao FC Porto.

    zz – E com bola?

    NC – Trabalhámos estrategicamente para conseguir sair da pressão muito forte que o FC Porto exerce. Apoio frontal do avançado para tirar a bola dessa zona de pressão, quebrando linhas; ganhávamos a bola, procurávamos logo o nosso avançado, apoio frontal e depois procurar a saída rápida para a profundidade. E depois, claro, as bolas paradas. Sabíamos que era um dos momentos bons para fazermos golos. As outras situações já estavam bem assimiladas. Jogar em bloco médio, reagir à perda, isso era o trabalho diário. Isto surtiu efeito contra o FC Porto, podia não ter sido assim. Nestes jogos precisamos de sorte também, são equipas que sabem exatamente o que fazer.

    zz – À frente dos médios Nené e Morita jogaram quatro avançados: Mohebi, Ricardinho, Rui Costa e Luiz Phellype. Muita gente para tentar ferir o FC Porto.

    NC – Não consigo conceber o jogo só do ponto de vista defensivo, mesmo contra o FC Porto. Na minha conceção de jogo, a pose de bola tem de marcar a diferença. E se tivermos bola só com jogadores defensivos, torna-se um problema sair para o ataque. Se isso acontecer, vamos passar o jogo a defender até sofrer um golo. Já sofremos golos de forma natural, pelo poderio adversário, e se só defendermos é difícil aguentar o jogo todo. Nesse jogo tivemos o tal apoio frontal com o Luiz Phellype e depois a mobilidade dos outros. No curto período no Santa Clara tivemos sempre mais bola do que o adversário. Quem via as nossas equipas de Santa Clara e Tondela a jogar, via que jogávamos bem. E jogar bem também é defender bem, não sou um dos românticos que só quer ter bola e depois defender de qualquer maneira.

    zz – Está a chegar a final da taça, entre SC Braga e FC Porto. Que memórias guarda desse mesmo duelo em 2016, quando o vosso Braga ganhou nos penáltis?

    NC – Não há muitos que podem dizer que foram à final da taça como jogador, como adjunto e como treinador principal (risos). Vivi um dia fantástico em várias tarefas. O SC Braga tinha ganhado o troféu uma única vez e essa conquista fazia 50 anos nesse dia. Isso fez parte do nosso discurso e marcou o clube. Sentimos essa envolvência, meio século é muito tempo. A nossa preparação passou muito por essa data, colocámos pessoas que tinham estado nesse jogo a discursar. O clube tem feito um trajeto fenomenal e tem vencido muito pela organização. Com todo o mérito, mais uma vez, disputará a final.

    zz – Na sala de imprensa, os treinadores não costumam gostar de dar explicações sobre as opções individuais que tomam. O Nuno também é assim ou fala sobre essas questões com abertura?

    NC – Não tenho problema nenhum, é a riqueza do futebol. É bom os treinadores terem esse espaço para explicar as opções tomadas. Em determinado momento, pode não ser bom dar uma explicação em público por um motivo: temos de gerir o grupo e o que não joga pode ficar melindrado com a explicação dada. Isso é tido em conta e em alguns momentos os treinadores não falam devido a esse motivo. Vou dar o exemplo do Josué e do Rafa, titulares nessa final. São jogadores com características completamente diferentes. Um procurava espaços interiores, virava-se para a frente e fazia o último passe. O Josué era fortíssimo nisso. O Rafa era um jogador fortíssimo no transporte e no espaço, no ataque à profundidade. Criámos essa ligação, muito bem trabalhada. Quem é que o Josué procurava quando recebia e procurava lançar? Outro avançado no apoio e o Rafa na profundidade. Estas dinâmicas fazem todo o sentido se colocarmos os jogadores com as características certas no lugar certo. Se o Rafa e o Josué estivessem trocados, não resultava. Enquanto treinador, estou muito atento a isso. Tirar partido das características de cada atleta e qual o melhor sistema para o plantel. A riqueza dos treinadores reside aqui. Nos Açores e em Tondela não tive tempo e não tive nenhuma janela de mercado à disposição. Não tive hipóteses de tocar nas formações dos grupos e nas características dos jogadores.

    zz – Ao longo deste percurso de treinador, há algum futebolista que o tenha marcado pela inteligência e facilidade com que abraçou as vossas ideias?

    NC – Não me quero esquecer de ninguém para não ser injusto, mas há alguns nomes que me surgem de imediato. O Fred, agora no Manchester United. Dá-nos imenso gozo ver alguém a valorizar-se, é essa a essência de um treinador. Com o Mkhitaryan a mesma coisa, um atleta que comprou a nossa ideia e agarrou a nossa forma de jogar. O Rafa Silva melhorou imenso os números que tinha nessa altura, e depois superou-os naturalmente no Benfica. O Josué passou pelas nossas mãos no Paços, o Sérgio Oliveira, jogadores resgatados pelo FC Porto. O Seri, que até teve o Barcelona interessado. O Morita, agora no Sporting. Há aqui uma ascensão evidente, fico muito grato a todos eles por nos ajudarem a ter sucesso. A nossa ideia valoriza-os, os números crescem e dão mais nas vistas. Eles tinham qualidade, mas às vezes esse nível fica mais escondido, por várias razões. É um prazer muito grande vê-los crescer por essa Europa fora.

    Nuno Campos
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    zz – Acabou a carreira de futebolista em 2005, no Amora, com apenas 30 anos.

    NC – Sim, tive uma lesão gravíssima nos ligamentos do joelho, na época anterior. Ainda no União da Madeira, onde fiz apenas um jogo. Fui para o Amora para testar o joelho, ver como reagia, mas senti que já não dava para mais. Nunca quis enganar ninguém (risos). Não estava a 100 por cento. Decidi retirar-me e fui por outros caminhos. Tive uma pastelaria, um bar na praia, e depois apareceu a ligação com o Paulo Fonseca, através de um amigo em comum.

    zz – E foi expulso no último jogo da carreira. Lembra-se disso?

    NC – Lembro, lembro (risos). Eu tinha amarelo, fui pressionar o adversário e a minha caneleira bateu na caneleira do adversário. Ele nem caiu, mas o toque fez barulho e o árbitro deu-me o segundo amarelo. ‘Pergunte ao jogador, pergunte-lhe’, mas não valeu de nada. Acabei a minha carreira fraca, modesta, dessa forma. Sou muito melhor treinador do que fui jogador (risos).

    zz – Falou da pastelaria, de um bar na praia, mas agora tem uma nova paixão. Além do futebol, claro.

    NC – Os cavalos. A minha filha é vice-campeã nacional de jovens cavaleiros e é profissional. Tem um trajeto já longo, compramos e vendemos cavalos por investimento. Temos estado com ela. Ainda agora fez o Grande Prémio de Barcelos e correu-lhe muito bem, já está no nível de 1,45 metros no salto. É um mundo fascinante e com uma dinâmica parecida com o do futebol. O treinador tem de trabalhar a simbiose entre cavalo e cavaleiro, a envolvência da compra e venda de cavalos, quase como se fosse o mercado de transferências – mas não quero colocar o ser humano ao mesmo nível, por muito amor que tenha pelos animais. E também há scouting de cavalos, fomos buscar ainda há pouco uma égua de seis anos. Eu e a minha filha vimos mais de 500 cavalos antes de escolher. Este ano sem treinar deu-me esse tempo.

    zz – Por onde passará o futuro imediato? Sente ter espaço na I ou II ligas em Portugal ou dá prioridade ao estrangeiro?

    NC – Tive várias oportunidades para trabalhar esta época, em Portugal e fora. Surgiram-me coisas boas da Europa, mas por não ter o curso UEFA Pro não pude aceitá-las. Estou a tirá-lo neste momento e isso vai ajudar-me a ir para a frente em algumas conversas. Cá em Portugal estou a aberto a tudo, não sou um treinador de divisões. Sou um treinador apaixonado pelo campo e o importante é sentir que o projeto me dá tempo para tornar as minhas ideias mais sólidas na equipa. Se vejo a equipa a crescer, isso mostra-me que estamos no bom caminho. Mesmo que o objetivo inicial seja baixo. Tenho é de sentir que as pessoas me querem. O mais importante é eu sentir que posso fazer crescer um clube. Há movimentações, pessoas a falarem comigo, mas ainda nada em concreto. Há países que ainda não procuro. Do Médio Oriente têm-me chegado várias propostas, mas ainda acredito muito na minha carreira e não quero ir por esse caminho. Tinha sido fácil aceitar, financeiramente a diferença é absurda, mas estou nisto por paixão. Quando perdê-la, vou rapidamente para o Dubai, para a Arábia. Estou a pensar mais no lado desportivo, apesar de já ter recebido mais de cinco abordagens dessas latitudes.

    Portugal
    Nuno Campos
    NomeNuno Alexandre Carvalho Campos
    Nascimento/Idade1975-04-20(49 anos)
    Nacionalidade
    Portugal
    Portugal
    PosiçãoDefesa (Defesa Direito) / Médio (Médio Defensivo)

    Comentários

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    motivo:
    SA
    "estou nisto por paixão"
    2023-05-26 18h03m por santossantos
    "estou nisto por paixão. Quando perdê-la, vou rapidamente para o Dubai, para a Arábia"

    Expressão forte, existindo tantos portugueses no Médio Oriente. . .

    São opções, felizmente hoje todas as épocas aparecem treinadores com ambição desportiva.
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