O Tondela foi mais astuto e trabalhou para conseguir sair do Estádio do Jamor - ou deserto do Jamor, se preferir - com os três pontos na viagem de regresso a casa. Um golo em cada uma das partes serviu para adocicar o triunfo por 2-0, diante de uma B SAD demasiado passiva e sonolenta nos momentos decisivos. O lugar de playoff pertence agora aos azuis, ao passo que os beirões encostam de novo ao primeiro terço da tabela.
Bastante morno desde o apito inicial, a falta de rasgo e o conformismo na posse de bola imperou em quase todos os momentos das duas equipas, nos primeiros 45'. O primeiro remate demorou a surgir e apenas apareceu por um tímido cabeceamento de Daniel dos Anjos, que não causou alvoroço aos poucos adeptos presentes no Jamor.
Perante este deserto de ideias, apenas Pedro Augusto foi feliz na procura de um oásis que acabou por não ser miragem. Servido por Daniel dos Anjos no seguimento de uma boa transição ofensiva a aproveitar o espaço no miolo dos azuis, o médio brasileiro dinamitou a baliza de Tabuaço com um belo tiro de esquerdo.
A partir daí, os pupilos de Paulo Mendes passaram a ter mais bola, mas a circulação e as movimentações permaneceram previsíveis. Ainda assim, Jojó cabeceou forte e obrigou Niasse a olear os reflexos, que viriam a ser fundamentais para manter a vantagem beirã, no penálti desperdiçado por João Lima, a castigar falta de Khacef sobre Samuel Lobato. Os sinais de melhoria começavam a surgir, mas exigia-se um futebol mais ligado...
Que acabou por não chegar. A B SAD passou a marcar presença uns metros à frente no terreno, sem conseguir aumentar o fraco rasgo que já tinha exibido. Sagaz na leitura dos acontecimentos, o Tondela resguardou-se de qualquer desequilíbrio e matou, em definitivo, a sede de vencer com o segundo golo anotado por Rafael Barbosa. O médio luso foi lesto a aproveitar o mau alívio de Tabuaço ao sair dos postes e, com a baliza à sua mercê, sentenciou a questão.
Até ao fim, os azuis do Jamor desprenderam-se de qualquer complexo e passaram pelo melhor período na partida. Contudo, as ocasiões não surgiram e apenas na baliza de Tabuaço o perigo foi real no ocaso do desafio. Nessa altura, Cuba atirou cruzado e a rasar o ferro da baliza anfitriã, deitando fora a chave de ouro, que lhe foi ter aos pés.
0-2 | ||
Pedro Augusto 25' Rafael Barbosa 69' |