Os três pontos dão para sorrir, dão também para responder à vitória do Benfica e (porque não?), ao triunfo do Sporting, mas... De equipamento alternativo, num amarelo pálido, a equipa de Sérgio Conceição foi apenas qb, num jogo que acabou nove-contra-onze, desta vez com os portistas sem expulsos e o Chaves a perder a cabeça na parte final. O 1-3 teve vários destaques, como a dupla ofensiva alternativa composta por Namaso e Toni Martínez, mas foi Otávio a figura maior.
O sub-título remete para arbitragem. Não podia estar mais errado, caro leitor. Falamos de flancos e falamos especificamente do FC Porto. A esquerda muito melhor que a direita. Sem João Mário (castigado), Sérgio teve de lançar Rodrigo, a quem o jogo correu consideravelmente mal. Sem Pepê nem Taremi (opção), foi André Franco um dos escolhidos. Esteve bem, embora muito melhor no corredor central ou nas idas ao outro lado. Também Zaidu, outra das novidades, ajuda a explicar essa tendência, que o camisola 12 aventurou-se muito bem nos lances ofensivos e foi quem criou as primeiras oportunidades.
A chegar ao intervalo a ganhar por 0-2, poder-se-ia dizer que a equipa portista tinha o jogo completamente controlado, só que não foi bem isso que se viu até aí. Mesmo sem o arquiteto João Teixeira, outros meteram mãos à obra e exploraram as debilidades defensivas de um FC Porto errático nesse setor, onde só Marcano esteve a bom nível. E Diogo Costa, pela enésima vez o guardião do cofre com grandes defesas.
João Mendes foi o mais dinâmico, Jô, Euller e Juninho andaram ameaçadores, só que ninguém conseguiu concretizar as oportunidades. No campo da eficácia, desta vez Sérgio Conceição pôde ficar satisfeito. Corrigimos: um pouco mais do que o normal.
Mesmo que os portistas não tenham concedido grandes oportunidades depois disso, o jogo continuou aberto. Se o lado esquerdo tinha estado muito bem no primeiro tempo, no segundo as diferenças foram enormes na vertente defensiva, já que o nigeriano acusou a pressão e falhou várias abordagens - valeram Marcano e Otávio a compensar.
Quando Jô Batista foi expulso, poder-se-ia pensar que as aspirações flavienses ficavam comprometidas. Não foi isso que se verificou, com muito mérito para o espírito imprimido pela equipa, que ainda deu que fazer. Mesmo com nove, depois da expulsão de João Mendes, soube assustar os dragões, que só respiraram de alívio quando Taremi serviu a cabeça de Toni Martínez, premiado com o golo que tanto procurou.
Arbitragem de critério muito apertado, que foi usado em quase todo o encontro e que, bem vistas as coisas, não teve grande razão para tal. A expulsão de Jô Batista, para além do lapso do jogador em causa, parece ter sido um equívoco, no que toca à amostragem do primeiro amarelo concedido ao ponta de lança do Chaves.
Quer o FC Porto, por se recusar a tirar o pé do acelerador, mesmo com oito (que eram 11 no apito inicial) pontos de atraso, quer pelo Chaves, mesmo com as baixas importantes que teve. São duas equipas que não baixam os braços na adversidade, por isso assistiu-se a um jogo intenso e competitivo.
Rodrigo Conceição na primeira parte, Zaidu na segunda, ambos a mostrarem as debilidades defensivas dos portistas nas laterais. O português foi mau com a bola nos pés, o nigeriano fez penálti desnecessário e foi muito precipitado em algumas decisões.