O Senegal está nos oitavos de final do Mundial! O campeão africano em título precisava de vencer o Equador e foi isso mesmo que fez, num jogo que dominou praticamente do início ao fim e que terminou com vitória senegalesa por 1-2.
A equipa equatoriana entrou demasiado focada no empate e acabou por realizar uma partida pobre, acabando por deixar escapar um apuramento que estava quase consumado. No dia em que faz dois anos que Papa Bouba Diop, lenda do Senegal, faleceu, os jogadores senegaleses fizeram uma homenagem honrada.
Já todos vimos este filme. O Equador precisava apenas de um empate para se apurar para os oitavos de final do Mundial, enquanto o Senegal só seguia em frente com uma vitória frente à equipa sul-americana. Claro que, com estas condições, o Equador entrou completamente a dormir.
O 🇸🇳Senegal nunca perdeu depois de estar em vantagem ao intervalo por 1-0 num 🏆Mundial:
V 3-1 Catar (2022)
V 2-1 Polónia (2018)
V 1-0 França (2002)#Qatar2022 #ECU #SEN #FIFAWorldCup #MundialnaSportTv pic.twitter.com/VIxOjmIh8x
— playmakerstats (@playmaker_PT) November 29, 2022
É uma velha máxima do futebol, por vezes até demasiadas vezes repetida, mas quem joga para o empate arrisca-se mesmo a perder. A seleção equatoriana entrou em cena com um ritmo baixo e na expectativa para perceber o que é que a campeã africana seria capaz de fazer.
Nem os primeiros minutos serviram para acordar a equipa equatoriana, que tinha deixado excelente imagem nos dois primeiros jogos. Gueye e Dia deixaram alertas claros para o Equador. Dois lances de desperdício para a equipa senegalesa, mas que mostravam que a ideia passava por chegar à vantagem o mais depressa possível, aproveitando o claro deixar jogar da equipa equatoriana.
O Equador entrou com uma estratégia clara: deixar o Senegal jogar e procurar o contra-ataque, sempre com Valencia e Plata a servirem como flechas viradas à baliza senegalesa. Uma ideia completamente furada, não só porque as flechas nunca se soltaram, mas também porque a restante equipa nunca acompanhou, ao contrário do que tinha acontecido nas primeiras duas jornadas.
A superioridade africana acabou por ser recompensada com um penálti convertido por Sarr, após falta de Hincapié. O central do Bayer Leverkusen já tinha dado indicadores de alguma desconcentração e vinha sendo o espelho da própria equipa.
Ao intervalo, a vantagem senegalesa não era merecida apenas pelo que a equipa africana tinha feito dentro de campo, mas também pelo castigo à formação do Equador, que entrou claramente a pensar que o empate seria suficiente e nunca foi capaz de correr contra o prejuízo.
O selecionador equatoriano ainda fez alterações logo no início da segunda parte, a equipa subiu linhas e foi rápida a rematar pela primeira vez à baliza em todo o encontro, só que a desinspiração do Equador contrastou sempre com a alma senegalesa.
A equipa de Aliou Cissé quis sempre mais e, inspirada por Papa Bouba Diop, homenageado nas bancadas e na braçadeira do capitão Koulibaly, conseguiu lidar com as adversidades.
Caicedo, na sequência de um pontapé de canto, ainda fez os equatorianos festejar, mas as celebrações duraram apenas três minutos. Na jogada seguinte, o capitão, também num lance de bola parada, marcou pela primeira vez pela sua seleção e, com o 19 no braço, atirou o Senegal para os oitavos de final do Mundial. Dificilmente podia ser mais poético do que isto.
Uma passagem emotiva e muito meritória. No dia em que faz dois anos que faleceu Papa Bouba Diop, a equipa de Aliou Cissé mostrou alma e crença no apuramento, mesmo depois de sofrer o golo do empate. Sem a principal figura, Sadio Mané, devido a lesão, os senegaleses conseguiram um grande feito e fizeram por merecer a passagem.
Entrar para empatar, geralmente não corre bem. Foi isso que aconteceu esta tarde. A estratégia montada até pode não ter sido essa, mas o psicológico dos jogadores falou mais alto e viu-se um Equador totalmente diferente do que tínhamos visto nas primeiras duas jornadas. Só por este jogo, a eliminação acaba por ser justa.