A vitória praticamente colocaria a Espanha na próxima fase e a verdade é que nem esteve muito longe de acontecer. Num belo jogo de futebol, a seleção de Luis Enrique, moralizada pelo pesado triunfo na abertura, teve ótimos momentos, mas encontrou um adversário decidido a limpar o resultado anterior.
Jogo intenso de ambas as equipas, com a baliza a ser constantemente ameaçada. Os espanhóis foram superiores na primeira parte, mesmo dentro da pressão e intensidade alemãs, e sofreram após chegarem à vantagem, com Unai Simón incapaz de impedir um fulminante remate de Füllkrug. As contas do grupo E ficam para decidir na última jornada.
A intensidade colocada pela Espanha no primeiro jogo - que terminou num verdadeiro atropelo - tinha sido um grande chamariz. Domínio total da posse, circulação rápida, combinações constantes e movimentos de rutura que facilitaram a tarefa nos decorrer dos 90 minutos.
3.º jogo consecutivo da 🇩🇪Alemanha sem ganhar em Campeonatos do Mundo
⚠Desde que se sagrou campeã do Mundo, em 2014, a 🇩🇪Alemanha disputou 5 jogos em Mundiais e só venceu um pic.twitter.com/aFTityEUfo
— playmakerstats (@playmaker_PT) November 27, 2022
A Alemanha, por si só, impunha respeito, mas até certo ponto. Ou seja, a maior prova era manter essa mesma postura desde o apito inicial, dando pouca margem de manobra a um adversário fragilizado pelo desaire na jornada inaugural.
A Espanha foi mais perigosa. Fiel aos seus princípios, La Roja teve nos pés de Olmo uma oportunidade de ouro - Neuer desviou à trave - e esteve perto de abrir o marcador em mais do que uma ocasião. A Mannschaft, embora uns furos abaixo, não deixou de dar trabalho. Intensa e pressionante, nunca virou a cara à luta, com Musiala e Gnabry irreverentes na procura do espaço.
Curioso que a formação germânica finalizou os dois principais lances em posição irregular, sendo que Rüdiger chegou a introduzir a bola no fundo das redes - VAR entrou em ação.
Álvaro Borja Morata Martín. 30 anos. Dos mais castigados pela crítica e, ao mesmo tempo, defendido com unhas e dentes por Luis Enrique. Patinho feio capaz de assumir a responsabilidade quando soam os alarmes. Unai Simón, esse génio louco, segurou a Espanha num remate perigoso de Kimmich e, pouco depois, o joker do selecionador fez estragos, respondendo, com classe, a um cruzamento rasteiro de Alba.
Asensio falhou o 2-0 e a Alemanha reuniu forças. A partir desse momento, as voltas foram trocadas e ficou tudo de pernas para o ar porque a pressão exercida pelos germânicos colocou Unai Simón num pedestal... Até a aparição de Füllkrug, o joker de Hansi Flick, um autêntico panzer que fuzilou as redes espanholas.
O empate esmoreceu o ímpeto espanhol e trouxe, por outro lado, total indefinição para a última jornada. E o suspense até costuma fazer bem ao futebol... Menos a quem sofre com isso.
Danny Makkelie decidiu praticamente sempre bem, excetuando um lance na área espanhola - mão na bola - minutos após o golo de Morata.
O jogo era de cartaz e não desiludiu em nenhuma instância. Boa intensidade, ritmo elevado e duas seleções a quererem claramente a vitória. O futebol só tem a ganhar com isso.
É verdade que não se tratava de uma seleção qualquer, mas, depois de ter chegado à vantagem, a Espanha sofreu bastante para conseguir conter a pressão alemã, tendo sucumbido já numa fase posterior a algumas boas intervenções de Unai Simón.