Mil-nove-e-oitenta-e-quatro. Estamos em Julho. No dia 1, o Sporting é campeão português de iniciados em futebol. No dia 2, o corredor do Sporting, Fernando Mamede, bate o recorde mundial dos 10 000 m. No dia 3, o ciclista sportinguista Paulo Ferreira vence uma etapa do Tour. No pasa nada a 4, nem a 5, muito menos a 6.
No dia 7, o Sporting conquista a Taça CERS em hóquei em patins. Quase um mês depois do 7:4 vs FC Porto na final da Taça de Portugal, eis a consagração europeia e o registo do primeiro clube europeu a juntar as três taças – após a Taça dos Campeões em 1977 e a Taça das Taças em 1981. Para chegar à final, o Sporting ganha todos os seis jogos com um total de 81:18 em golos.
Na primeira mão, em Itália, o Novara dá boa conta do recado e dá 4:1. O Sporting tem de ganhar por três. Muito bem, ao intervalo já há 4:0. O Novara, com quatro internacionais italianos e um argentino, ainda iguala a eliminatória mas depois nunca mais consegue acompanhar o ritmo avassalador do hóquei sportinguista, imposto sobretudo por dois golos seguidos de Sérgio Nunes.
Para o Domingo Desportivo, a escolha do Rui recai sobre um hoquista de primeira água chamado Jesus Correia. E também um futebolista de qualidade internacional. Ou não fosse ele um ilustre executante dos Cinco Violinos.
É dele o golo solitário na final da Taça de Portugal 1945 vs Olhanense (1:0) e é dele a fartura dos seis golos vs Atlético em Madrid, na reestreia do Metropolitano (3:6). Como hoquista, é campeão mundial por seis vezes. Numa delas, em Itália, a seleção portuguesa é recebida pelo Papa Pio XII e... têm de ouvir.
(ah é verdade, é o Realista quem marca quatro golos na final da Taça CERS vs Novara – o nome está atravessado, caramba)
11-3 | ||
José Rosado Luís Nunes Carlos Realista Pedro Trindade Sérgio Nunes | Massimo Mariotti Ferrari |