Num jogo marcado pela superioridade da estratégia (e experiência da equipa) implementada pelo conjunto encarnado, o Benfica venceu o rival Sporting, no Estádio da Luz, por 3-1 e sagrou-se bicampeão nacional de futebol feminino.
A três jornadas do fim do campeonato, um dérbi no Estádio da Luz podia entregar o título de (bi)campeão nacional ao Benfica, mas para isso as encarnadas tinham que não perder frente ao rival Sporting. Filipa Patão, do lado das águias, promoveu apenas uma alteração em relação ao último jogo, enquanto Mariana Cabral, do lado das leoas, voltou a chamar as habituais titulares e fez cinco alterações face ao último jogo.
Com a obrigação de vencer para impedir a festa adversária, o Sporting apresentou-se na Luz ao seu estilo, pressionando bastante alto e procurando tomar conta da iniciativa do jogo. O Benfica, por sua vez, apostou na coesão do seu miolo para «secar» as criativas adversárias e na transição rápida, por forma a aproveitar as fragilidades ao nível da transição defensiva do Sporting. O golo, no entanto, chegou cedo, mas de bola parada, um canto, com Carole Costa a aproveitar uma saída em falso de Doris Bacic para inaugurar o marcador logo aos quatro minutos.
O golo madrugador mudou pouco as dinâmicas do jogo e o Benfica voltou a aproveitar para causar estragos imediatos. Oito minutos depois, agora sim numa transição ofensiva rápida, as comandadas de Filipa Patão chegaram ao 2-0. Cloé Lacasse esteve em grande com uma arrancada pela esquerda e acabou por ter alguma sorte no ressalto dentro da área, mas a bola sobrou para Andreia Faria e esta, isolada, não deu hipóteses. 2-0 para o Benfica numa grande entrada.
Com dois golos de desvantagem no marcador, o Sporting continuou em busca de ter a iniciativa do jogo, mas havia claras dificuldades das leoas em ter bola controlada no último terço de jogo e aposta passou, quase sempre, por remates de média e longa distância, que praticamente não assustaram Talbert, guarda-redes do Benfica. Foi preciso esperar até aos descontos da 1ª parte para ver a primeira ocasião de perigo leonina dentro da área encarnada, por Chandra Davidson, numa jogada onde o Sporting aproveitou, curiosamente, uma transição menos bem conseguida por parte do Benfica.
A perder, Mariana Cabral procurou trazer um pouco de maior dinamismo ofensivo à equipa com a entrada de Alicia Correia ao intervalo, apresentando-se o Sporting com as linhas de pressão cada vez mais subidas. Ora, esta era uma decisão com potenciais prejuízos calculados, uma vez que o Benfica foi tendo cada vez mais espaço para sair na transição e as oportunidades encarnadas foram aparecendo.
Primeiro foi Ana Vitória a desperdiçar na cara de Doris Bacic e, pouco depois, foi a vez da recém entrada Kika Nazareth também vacilar na cara da guardiã leonina. Apesar destas fragilidades defensivas, a verdade é que o Sporting também cresceu no ataque e foi conseguindo dividir melhor o jogo e criar mais e melhores ocasiões de golo. Contudo, o Benfica voltou a ser completamente letal e, a 15 minutos do fim, Ana Vitória trabalhou bem dentro da área (com alguma sorte à mistura no ressalto) e fez o 3-0 num belo remate.
Este resultado acabou por deitar completamente o Sporting abaixo animicamente como ficou bem patente na grande penalidade falhada por Joana Marchão já aos 90 minutos. Apesar disso, no último suspiro, as leoas ainda aproveitaram um lance de grande confusão na área encarnada e reduziram para 3-1, insuficiente, no entanto. Além disso, nota ainda de destaque para o facto de ter sido batido o recorde de assistência nacional num jogo de futebol feminino, uma vez que estiveram presentes na Luz 14 221 pessoas! Desta forma, o Benfica acabou por segurar o 3-0 até ao final e sagrou-se bicampeão nacional de futebol feminino.
3-1 | ||
Carole Costa 4' Andreia Faria 12' Ana Vitória 75' | Fátima Pinto 90' |