Ainda deu para acreditar, mas o Villarreal está mesmo fora da Liga dos Campeões. A equipa espanhola tinha uma exigente tarefa pela frente e começou por fazer o mais difícil, que era igualar a eliminatória, só que na segunda parte tudo correu mal ao Villarreal. O Liverpool, com Luis Díaz a entrar e a mudar o jogo por completo, acordou, Rulli teve os piores 45 minutos da carreira e é a equipa de Jürgen Klopp que segue para a final da Liga dos Campeões, depois de vencer em Espanha por 2-3.
Emery tinha avisado que a eliminatória ainda não tinha acabado e os seus jogadores acreditaram nas palavras do treinador. No Villarreal, mais do que a vontade de calar algumas bocas que chegaram a dizer que a equipa era «uma vergonha para as meias-finais da Liga dos Campeões», havia uma enorme crença de que ainda era possível bater o gigante inglês.
A pequena cidade de Villarreal vestiu-se a preceito para pintar o la Cerámica de amarelo e em apenas três minutos já os espanhóis faziam a festa. Dia aproveitou o remate falhado de Capoue para dar voz à crença do Submarino Amarelo e a atmosfera fez-se sentir.
Os adeptos da equipa da casa empurraram o Villarreal para a área de Alisson e os jogadores do Liverpool, habituados a ambientes adversos, pareciam jogar no inferno. Cada passe parecia o mais difícil passe da carreira e o Villarreal foi crescendo com a desinspiração da equipa de Klopp.
A agressividade e intensidade dos jogadores espanhóis não deixou margem para dúvidas. Era possível lutar pela eliminatória e Capoue foi dos que mais acreditou. O médio fez uma das melhores primeiras partes da carreira e assistiu Coquelin de forma brilhante para o golo que deixou os adeptos do Villarreal a saltar durante largos minutos.
O futebol ainda é de todos e ver o gigante Liverpool a tremer em casa de um Villarreal que, comparado com a equipa inglesa, é de uma dimensão muito inferior, deixou um sorriso na maioria dos fãs deste desporto que nos apaixona. Só que...
O Liverpool de Klopp é especial. Apesar da primeira parte muito abaixo do habitual, os Reds voltaram dos balneários como se a eliminatória tivesse acabado de começar, o que de facto se refletia no resultado. Nessas circunstâncias, Klopp olhou para o banco e viu Luis Díaz, que a cada jogo que passa vai mostrando que valia muito mais do que aquilo que a equipa inglesa pagou.
Não foi completamente sozinho, mas a verdade é que Díaz mudou o jogo definitivamente e o Liverpool despertou. Keita pegou na batuta, Fabinho libertou-se e o Villarreal perdeu aquela essência que tinha dado resultados na primeira parte.
O ritmo baixou, a intensidade também e o Liverpool começou a crescer de forma evidente. Um só deslize de Rulli bastou para os Reds voltarem à liderança da eliminatória. Fabinho, com um golpe de vista, fez o argentino acreditar na assistência e rematou por baixo das pernas do guarda-redes do Villarreal.
Para os espanhóis, foi o início do fim.
Completamente apagada, a equipa de Emery viu a luz da formação de Liverpool brilhar cada vez mais intensamente. Luis Díaz, novamente por baixo das pernas de Rulli, e Sadio Mané, a aproveitar uma má saída do argentino, sentenciaram a eliminatória e levaram o Liverpool para a final da Liga dos Campeões. Ainda não sabemos se com Manchester City ou Real Madrid, mas, apesar daquela primeira parte, confirmou-se o cenário mais esperado: submarino ao fundo.
Para um adepto neutro, a romântica história do Villarreal era sempre apetecível e a verdade é que a equipa de Emery fez acreditar os adeptos mais ingénuos. Uma primeira parte de excelência que foi suficiente para igualar uma eliminatória que muitos deram por perdida.
Há muito mérito do Liverpool, mas deu a sensação que a equipa de Emery acabou por facilitar o trabalho da equipa de Jürgen Klopp. A formação espanhola recuou demasiado no terreno, baixou o ritmo e a agressividade e o Liverpool voltou a sentir-se confortável.
Lance difícil num possível penálti sobre Lo Celso, mas parece-nos que a decisão foi a mais correta. Alisson sai dos postes e acaba por fazer uma grande defesa. Depois o choque é inevitável.