No final do jogo com a Finlândia, em que Portugal carimbou a passagem às meias-finais do Euro 2022, o selecionador nacional, Jorge Braz, e Miguel Ângelo, homem que apontou o golo decisivo, foram à sala de imprensa falar com os jornalistas, sublinhando a justiça do desfecho da partida, apesar das dificuldades que os nórdicos criaram a Portugal.
Só amanhã é que se conhece o adversário da seleção portuguesa, e ninguém arrisca prognósticos..
Jorge Braz em discurso direto
Sobre o jogo: «Foi um jogo difícil, como esperávamos. São os quartos de final do Campeonato da Europa com uma das equipas que mais tem desenvolvido o seu futsal nos últimos anos. Têm um excelente treinador, e tentaram empurrar o jogo para o que mais lhes convinha. Foram muito inteligentes a gerir o jogo, tentando criar momentos de finalização. Sabíamos que ia ser assim, mas acho que tivemos oportunidades para avolumar o marcador, e não o fizemos e permitimos que eles acreditassem até ao fim. Mas está feito, ultrapassamos mais uma fase, e agora vamos preparar as meias-finais. Queremos ser um Portugal forte nas meias-finais.»
Sobre se alguma vez Portugal se sentiu em dificuldades: «Nós acreditamos sempre naquilo que temos que fazer. Agora, a Finlândia conseguiu levar o jogo, consegue aproveitar momentos muito instáveis do jogo, bolas diretas, bolas aéreas, a jogar com passes de 30 metros, pelo ar; depois a gerir 5x4+GR mas só para manter posse e quebrar ritmo… tentaram levar o jogo deles. O jogo nunca está controlado, a riqueza do futsal é essa, e tem momentos aleatórios, muito instáveis, e estas equipas jogam muito com esses momentos. Nós tivemos que nos adaptar, tivemos que reagir e perceber que não podíamos facilitar nessas situações. Acho que é inteiramente justo estarmos nas meias-finais, acho que é claro para toda a gente. Passamos mais uma fase, agora já ficamos cá até ao fim.»
Sobre a importância do desenvolvimento no futsal em países como a Finlândia: «É muito importante o crescimento internacional. Eu sei que as pessoas não conhecem tão bem, mas internamente a Finlândia melhorou numa série de aspetos. Na sua formação de treinadores, aumentou muito o número de competições e de atletas, tem vindo a trabalhar muito, internamente, a desenvolver-se. Depois a seleção é um reflexo disso. A Finlândia tem vindo a trabalhar, com um selecionador extremamente inteligente que tem ajudado a esse desenvolvimento, com outros treinadores e com diretores também com experiência, que se preocupam.
É muito importante que haja mais dificuldades para Portugal, para Espanha, para a Rússia, que haja cada vez mais dificuldades e que haja cada vez mais adversários com este nível de desenvolvimento e esta valia. Eu ando a dizer há três ou quatro anos que as qualificações são muito complicadas, mas os chavões vêm sempre ao de cima, e os rankings, e se não jogarmos com Espanha, ou com a Rússia, ou com a Itália toda a gente acha é para vencer fácil, e não é. A nossa última qualificação para cá estamos toda a gente viu o que passamos, mas é muito bom que apareçam mais países com este nível. E a Finlândia merece muito, por aquilo que está a fazer.»
Miguel Ângelo em discurso direto
Sobre o jogo: «Fizemos um bom jogo. Acho que foi um jogo muito competente da nossa parte, muito competitivo. Sabíamos que ia ser um jogo muito físico e acho que soubemos adaptar-nos às circunstanciais. Estamos felizes [pela passagem].»
Sobre a Finlândia: «Nenhuma equipa é surpresa quando está no Europeu. Acho que a Finlândia fez um bom europeu. São muito fortes fisicamente, uma defesa meio zona… um pouco estranha, por vezes, mas acho que nos conseguimos adaptar a isso e acho que fizemos um bom jogo, e acho que estamos de parabéns. [Agora] estamos focados no próximo objetivo.»
Sobre as meias-finais: «Acho que aqui não podemos ver o mais provável. Todas as equipas são competentes e muito competitivas. Vamos olhar para a Espanha da mesma forma que olhamos para a Eslováquia. Não vemos como dado adquirido que a Espanha vai passar, portanto…»
Sobre se a meia-final será o jogo mais complicado: «Acho que não. Acho que todos os jogos são complicados, seja na fase de grupos, seja na meia-final, ou na final. É mais uma final. Queremos passar, como é óbvio, seja contra quem for. Vamos esperar pelo nosso adversário, descansar, focados principalmente em nós, naquilo que nós temos que fazer, e que cada um pode dar à equipa.»
3-2 | ||
Afonso Jesus 4' 15' Miguel Ângelo 30' | Miika Hosio 10' Panu Autio 27' |