Agora sim, já estão todas as equipas em prova. No dia 4 do Campeonato da Europa de Futsal 2022, as quatro equipas do grupo D entraram em ação, com Geórgia e Espanha a vencerem os jogos diante de Azerbaijão e Bósnia e Herzegovina, respetivamente, e assumem a liderança partilhada do grupo.
A campeoníssima Espanha não teve qualquer dificuldade em golear a seleção da Bósnia e Herzegovina, em estreia absoluta em fases finais do Europeu, que não pôde contar com o guarda-redes principal, Darko Milanovic (Espanha também não contou com Adolfo, que não viajou com a equipa para os Países Baixos por estar em isolamento devido a um contacto próximo com um infetado com COVID-19).
Já no primeiro jogo do dia houve um equilíbrio maior, com a Geórgia a recuperar de 0-2 para 3-2, num jogo em que foi sempre mais rematadora, mas só na segunda parte teve o critério necessário para traduzir a maior iniciativa de jogo em golos.
A próxima jornada disputa-se quarta-feira, com o duelo das estreantes Bósnia e Herzegovina e Geórgia, e Espanha a medir forças com o Azerbaijão.
Num dos jogos que prometia mais equilíbrio à partida, a estreante Geórgia superiorizou-se ao Azerbaijão, bem mais experiente nestas andanças, por 3x2.
No duelo entre duas das seleções que mais jogam com jogadores brasileiros naturalizados (há 6 jogadores em cada equipa nessa situação), o Azerbaijão foi a jogo com dois jogadores a menos – e com apenas um guarda-redes.
O jogo começou morno, com a bola a andar longe das balizas durante os primeiros cinco minutos de jogo. Só aos 6’ se quebrou o marasmo, com o azeri Rafael Vilela a fazer dois golos de rajada (o bis surgiu aos 7’). O primeiro golo surgiu na primeira oportunidade real de golo do jogo, bem aproveitada por Vilela, que bisou no minuto seguinte na cobrança de uma falta diretamente para o fundo das redes – grande remate do camisola 9 do Azerbaijão.
Com uma diferença de dois golos em seu favor, os azeris baixaram as suas linhas, e os georgianos tomaram o convite como uma licença para rematar à baliza de Emin Kurdov. Até ao intervalo, a Geórgia iria disparar para um número de remates impressionante – 34 – mas apenas 11 deles saíram enquadrados, e só um resultou em golo. À passagem do minuto 10, Elisando, à pivot, recebeu, rodou, e rematou sem hipóteses de defesa para o guardião azeri.
O Azerbaijão não parecia desconfortável no jogo, até porque a maioria dos remates da Geórgia surgiam de meia distância, e inconsequentes, e foi a equipa azeri quem saiu para o intervalo em vantagem.
Só que no segundo tempo a Geórgia veio com uma atitude mais assertiva, rematando menos mais com mais perigo, e esteve por cima do jogo durante vários minutos, chegando mesmo ao empate, aos 27, por intermédio de Archil Sebiskveradze.
O Azerbaijão reagiu, reaproximando-se da baliza de Zviad Kupatadze e assumindo o ascendente do jogo, mas aos 32’ tudo se complicou para os azeris. A Geórgia beneficiou de uma grande penalidade, que Thales converteu de forma irrepreensível, dando a cambalhota ao marcador.
A perder, os azeris apostaram no guarda-redes avançado quando ainda faltavam cerca de 7 minutos para o fim, mas a estratégia acabou por não dar frutos, pese embora algumas oportunidades, que também aconteceram junto à sua baliza – faltou pontaria à Geórgia para aproveitar os erros azeris e sentenciar a partida antes do apito final.
Jogo com a história esperada: Espanha venceu de forma natural e tranquila a equipa da Bósnia e Herzegovina por 5x1. Os espanhóis pegaram no jogo desde cedo, abrindo o ativo à passagem do minuto 3. Didac subiu no terreno para dar início à jogada que culminou com Raúl Gomez, sozinho no segundo poste, a encostar para o fundo das redes.
O golo madrugador da seleção que já venceu o Europeu por 7 vezes não assustou os bósnios, que sabiam bem a desigualdade de forças entre os dois conjuntos, e nunca abdicaram do jogo. No entanto, o cenário agravou-se para o coletivo dos balcãs à passagem do minuto 9, quando um erro num passe proporcionou a Raúl Campos a oportunidade de se isolar na cara de Andrijano Dujmovic e fazer o segundo golo espanhol.
O golo da Bósnia e Herzegovina – o primeiro golo da história desta seleção em fases finais de europeus – foi apontado aos 12’, por intermédio de Josip Boskovic. O camisola 11 bósnio cabeceou à baliza após um passe a rasgar a defesa do conjunto espanhol, Didac defendeu para a frente e ainda conseguiu travar a recarga, mas, à terceira, Boskovic não desperdiçou, atirando fora do alcance do guardião de Espanha. Ainda antes do intervalo, Lozano aumentaria a diferença no marcador na sequência de um canto.
Ao abrir a segunda parte, numa bela jogada de futsal, toda ao primeiro toque, o conjunto espanhol construiu a jogada do 4x1, bem finalizada pelo capitão Ortiz a passe de Lozano.
Espanha controlava o jogo como queria, nunca sequer precisou de acelerar o ritmo de jogo perante uma seleção bósnia com muito menos soluções, que manteve sempre a mesma ideia de jogo, sempre na procura do golo, mas a experiência dos espanhóis impedia muitas veleidades. Na baliza contrária, os bósnios também iam travando as finalizações espanholas, mas não conseguiram evitar sofrer ainda mais um golo, o 5.º, novamente por intermédio de Ortiz a passe de Lozano.
Vitória justa e incontestada de Espanha, que controlou o jogo do princípio ao fim, permitiu pouquíssimos contra-ataques e finalizou quase sempre os ataques que construiu. Jogou sempre com critério e sem acelerar muito, confirmando na quadra todo o seu favoritismo.