Depois de uma 1ª parte absolutamente louca, o empate foi justificado e Mafra e Estrela da Amadora acabaram mesmo por levar um ponto cada após 2x2 se ter verificado no marcador. As duas equipas falharam a aproximação aos lugares de subida.
Separados por apenas um ponto, Mafra e Estrela da Amadora defrontavam-se em busca de três pontos que lhes permitisse aproximar-se dos lugares de discussão de subida. O Mafra chegava a este jogo motivado, depois de bater o Portimonense (2x4) e garantir a histórica qualificação para as meias finais da Taça de Portugal, enquanto o Estrela da Amadora vinha de uma vitória frente ao SC Covilhã (1x3).
Com o Estádio Municipal de Mafra com uma das melhores casas da temporada - os adeptos do Estrela da Amadora marcaram presença em peso e o ambiente ficou digno de um bom jogo -, as duas equipas montaram-se nos seus habituais 3x4x3 (embora o do Estrela mais moldável consoante os processos) e o encaixe das duas equipas foi notório desde o início. O Mafra entrou a tentar mandar no jogo e a controlar a posse de bola, procurando chamar a pressão do Estrela para ganhar espaço, mas a formação da Amadora manteve-se coesa a nível posicional e levou a alguma frustração mafrense.
Perante uma boa organização defensiva, o Mafra apenas conseguia criar perigo através das combinações de Tomás Domingos na direita, das diagonais de Rodrigo Martins a partir da esquerda ou dos movimentos de Pedro Aparício no meio e faltava claramente capacidade para ligar jogo no último terço. O Estrela não estava a ter bola, mas ao minuto 16 Xavi Fernandes apanhou a bola de ressaca à entrada da área, na sequência de um livre lateral, rematou e fez um grande golo para inaugurar o marcador a favor do Estrela.
Este golo mudou bastante o jogo. O Mafra foi em busca do prejuízo, mas continuou com dificuldades em ligar jogo e estava menos organizado. Isso deu espaço ao Estrela e os comandados de Ricardo Chéu foram aproveitando para criar bastante perigo nas alas, especialmente a partir da esquerda, onde Diogo Pinto, o falso 9 da equipa, e Madson foram sendo uma dora de cabeça. De resto, o Estrela até podia ter ampliado a vantagem, mas faltou pontaria.
Perante essa dificuldade em ligar jogo, Ricardo Sousa não teve receio de mexer ao intervalo e retirou de campo Pedro Pacheco para dar lugar a Vítor Gabriel, com Andrezinho a baixar para o meio campo. Uma opção que deixou a equipa mais frágil defensivamente, mas também corrigiu um pouco dos problemas demonstrados na 1ª parte, com efeitos imediatos. Ao minuto 50, Vítor Gabriel tirou um coelho da cartola, trabalhou da direita para o meio e rematou cruzado para o empate. Sete minutos depois, num contra ataque, Pedro Lucas só teve que encostar para uma baliza deserta, após Aparício acertar em cheio na barra.
Com dois golos em 12 minutos, o jogo voltou a mudar de dinâmicas rapidamente e a partida foi ficando cada vez mais partida à medida que o Estrela da Amadora ia correndo mais riscos atrás do prejuízo. A pressão do Estrela da Amadora foi sendo cada vez maior e sem a sua habitual linha de três centrais o Mafra estava mais maleável, acabando por ver os esforços da formação tricolor serem recompensados ao minuto 76, quando Madson aproveitou uma jogada de insistência após bola parada para deixar tudo empatado e em aberto para o último quarto de hora.
Nos últimos 15 minutos, a vitória podia ter caído para qualquer lado face ao quão partido o jogo estava. As duas equipas tentaram o tudo ou nada e foram ficando cada vez mais exposta à velocidade do jogo. Aí, Ricardo Chéu foi mais inteligente e fez três alterações de uma vez, duas delas para impor velocidade no ataque, e o Estrela foi criando mais oportunidades, incluindo uma grande perdida por Diogo Pinto já dentro da área.
Contudo, o empate subsistiu até ao final, apesar do ritmo infernal, e as duas equipas levaram um ponto cada um. Com este resultado, Estrela da Amadora e Mafra continuam em 9º e 10º lugar, respetivamente, ainda separados por apenas um ponto.
2-2 | ||
Vitor Gabriel 50' Pedro Lucas 57' | Xavi Fernandes 16' Madson 76' |