Colocaram-se algumas dúvidas fruto das muitas ausências de parte a parte, com algum receio da propagação do novo coronavírus, e acabou num autêntico atropelo. O SC Braga foi a Arouca e goleou por uns impressionantes 0x6, num jogo em que o Arouca, uma vez mais, mostrou a pior versão possível: uma entrada terrível e uma reentrada quase idêntica.
Sem vários habituais titulares, Carlos Carvalhal aproveitou para lançar mais jovens na equipa principal - Falé, Dinis Pinto e Schürrle - e dar tempo de destaque a Roger, que bisou, e a Vitinha, que completou um hat-trick. Pelo meio houve uma noite de inspiração de Iuri Medeiros, também ele fulcral para o triunfo arsenalista.
As ausências eram imensas de parte a parte - os visitantes ainda com mais razão de queixa -, entre castigados, lesionados e infetados com a Covid-19, mas o Braga não entrou em lamentações. Pelo contrário, Carlos Carvalhal aproveitou para estrear mais um menino - Falé de 17 anos - e a equipa chegou, jogou, marcou e, ao intervalo, já goleava.
Se teve a oportunidade de assistir à derrota (pesada) do Arouca contra o Vizela percebeu a quantidade anormal de erros e de uma abordagem apática - sobretudo em termos defensivos - da formação de Armando Evangelista. Neste jogo, o último de 2021, foi a ansiedade a tomar conta dos jogadores, até porque os arsenalistas tiveram quase uma passadeira vermelha estendida.
Foram 45 minutos de sonolência e de muito silêncio das bancadas arouquenses que até determinado momento cantaram «olés» de forma irónica. A verdade é os próprios jogadores do Arouca pareciam desesperados pela falta de opções e criatividade. Bukia tentava acelerar, Arsénio cansava-se de fazer diagonais sem aproveitamento e o meio-campo simplesmente não funcionava.
Por isso, e visto que a linha defensiva também se mostrou desligada, o Braga marcou o terceiro fruto de um brilhante envolvimento coletivo e, uma vez mais, com a bota de Vitinha na concretização aos 26 minutos.
O vazio dos homens da casa traduziu-se no primeiro canto aos 28 minutos e a um único remate de perigo, da autoria de André Silva na sequência de um livre direto, perto do intervalo.
O Arouca mudou de sistema ao tirar Campi e Eugeni e colocando Abdoulaye e Tiago Araújo e os três defesas deram mais alguma robustez. Não o atrevimento necessário para inverter um barco a afundar-se a alta velocidade.
Vitinha sofreu uma grande penalidade que Medeiros converteu e o extremo voltou a estar em evidência ao assistir o menino Roger para o 0x5. Mas o jogo não terminou por aí, visto que o camisola 78 ainda foi a tempo de recuperar uma bola, galgar metros e bater Victor Braga para um 0x6 que castigou - e que castigo foi - a má abordagem do Arouca desde o apito inicial. Uns com boas entradas e outros com despedidas bem amargas...
Já na conferência de antevisão tinha falado do assunto e, fruto das baixas para o jogo, Carlos Carvalhal deu espaço para mais jovens darem nas vistas ao mais alto nível. Para além disso, o técnico ganhou mais duas excelentes notícias: Vitinha e Medeiros jogam para dar e vender e Roger está atento a possíveis entradas.
Mais uma exibição para esquecer por completo por parte do Arouca. Foram 90 minutos paupérrimos, onde a equipa não se conseguiu encontrar em nenhum momento. Uma entrada suicida e um fim desastroso.
Arbitragem tranquila de Manuel Oliveira, num jogo sem grandes casos. Apenas o muito tempo de espera para validar o segundo de Vitinha e o lance do penálti - algo forçado no nosso entender.