A jornada acabou com um nulo no Bessa, a castigar um mau jogo de futebol. A haver um vencedor, seria o Boavista pela vontade que demonstrou e pela tendência ofensiva da segunda parte, mas o 0x0 ajusta-se. Um mal menor para duas equipas limitadas para este jogo, quer pela falta de soluções de uns, quer pela falta de segurança pontual de outros.
De um lado, era um treinador novo. Do outro, eram várias ausências que obrigavam a repensar intervenientes. Filipe Cândido optou pela continuidade do sistema, embora tendo recuperado jogadores como Nilton Varela ou Lukovic. João Pedro Sousa encontrou em Nathan, Javi Garcia e Abascal a solução para os enésimos problemas defensivos e manteve a linha de três atrás. E surpreendeu com Tiago Morais para fazer de Sauer (melhor marcador da equipa, que cumpriu castigo), surgindo como falso extremo, que muitas vezes ocupava a zona central e libertava o corredor para Cannon.
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O Belenenses SAD começou melhor, canalizando o jogo para a direita, onde Carraça, muito assobiado por adeptos que o aplaudiram no passado, se envolveu sempre no ataque. Só que sem sequência na frente, onde Safira tentava dinamizar e Ndour acabava a destruir, tal a facilidade como perdia bolas que recebia de costas para a baliza. Depois, o Boavista reagiu e cresceu, tendo em Tiago Morais a maior oportunidade do primeiro tempo, negada por Luiz Felipe.
O segundo tempo foi mais intenso e emocionante (calma, não foi assim tanto...), mas nem por isso mais bem jogado. Filipe Cândido, como fazia sentido, tirou Ndour, só que a equipa não melhorou, pois o meio-campo nunca conseguiu ter espaço e arte para criar e porque as faixas estiveram muito pouco participativas no ataque. Aliás, Alireza teve de subir no terreno para ver o jogo mais próximo.
Louve-se a atitude, pois a entrega foi enorme dos dois lados, a crença do Boavista foi grande e o Belenenses SAD que não caiu na tentação de anti-jogo (uma exceção nos descontos). Mas, no que toca a emoções, essas aconteceram pela tal crença axadrezada, e não por um grande número de oportunidades. Javi Garcia teve uma, após um canto, Ntep teve outra perto do fim, Musa acabou a cabecear para defesa do guarda-redes.
Bela exibição do médio, a exibir-se em bom nível e a assumir rapidamente o papel de relevo que tem no meio-campo, onde já é o patrão. Perante tantas baixas, saberá bem a João Pedro Sousa ter jogadores tão fiáveis.
Poder-se-á falar das boas atuações defensivas de parte a parte, o que é inegável, mas, do ponto de vista do espetáculo, foi um mau jogo de futebol, que não deixa saudades e que não deixará satisfeito nenhum adepto.
Arbitragem muito regular e com critério acertado.