O Portimonense seguiu em frente na Taça de Portugal este domingo, mas necessitou de puxar dos galões para levar de vencida a UD Oliveirense. Com poucas mudanças no onze habitual, onde se destacou, desde logo, a titularidade de Nakajima que regressou após um calvário de lesões, os algarvios sentiram muitas dificuldades para suster a alma e o ímpeto do adversário. A equipa de Fábio Pereira arregaçou as mangas e procurou, durante todo o jogo, a vitória final, tendo, de forma digna e hercúlea, sucumbido nas grandes penalidades.
A UD Oliveirense lidera a Serie A da Liga 3 e mostrou, no início do encontro, que não é ao acaso. A formação da casa entrou melhor e com um flanco direito - Pimenta e Jaime Pinto - muito ativo, provocando alguns problemas a Fali Candé e companhia. Depois de um primeiro aviso de Duarte Duarte, veterano que voltou esta época a Oliveira de Azeméis, os algarvios, com eficácia, chegaram à vantagem. Renato Jr, uma das novidades de Paulo Sérgio no onze, saltou, livre de marcação, e deu o melhor seguimento possível a um canto cobrado por Nakajima.
Com o golo, o Portimonense cresceu e criou lances flagrantes para alargar a vantagem, mas Nuno Silva e a pequena infelicidade na finalização levaram a que, com o passar do tempo, a partida continuasse a ser bem disputada.
A UD Oliveirense, mesmo numa fase menos fulgurante, nunca baixou os braços e procurou sempre forma de criar perigo junto da baliza de Payam, que se estreou oficialmente pela equipa que milita na I Liga. Depois de alguns avisos, Luizinho, outro dos mais irrequietos, fez o 1x1 também na sequência de um canto, aproveitando um ressalto na área contrária.
Até ao intervalo, o conjunto oliveirense esteve perto de consumar a reviravolta e ficou a ligeiros centímetros de o conseguir, mas o empate acabou por se manter.
Para além dos tomba-gigantes, a Taça de Portugal também é sinónimo de palco para alguns jogadores menos utilizados que, muitas vezes, dão nas vistas. Foi o caso, precisamente, de Renato Júnior.
O brasileiro, de 19 anos, voltou a estar em evidência até porque foi dos seus pés que saiu o segundo golo dos algarvios e, consequentemente, o bis na partida, tendo o próprio batido Nuno Silva com muita classe.
A segunda parte acabou por ter uma ligeira quebra de intensidade nos primeiros instantes, mas nem por isso deixou de ser disputada com muita vontade pelas duas equipas. As oportunidades foram mais reduzidas e, nesse capítulo, foi o guardião da equipa de Oliveira de Azeméis quem teve mais trabalho, conseguindo evitar o hat-trick e um belo livre de Lucas Fernandes.
A UD Oliveirense, ciente de que poderia tirar algo mais do jogo, pressionou imenso na reta final e foi encostando o adversário, que foi aproveitando para quebrar o ritmo, às cordas. Antes dos 90', uma mão na bola de Pedrão dentro da área permitiu que João Paredes estabelecesse o 2x2 com alguma felicidade, visto que permitiu uma primeira defesa de Payam na cobrança do penálti. A alma demonstrada pelos oliveirenses foi recompensada com o prolongamento.
As pernas não acompanhavam a vontade e isso foi notório no lado anfitrião. O Portimonense, no prolongamento, teve várias oportunidades para marcar e apanhou um inspirado Nuno Silva pela frente, ele que foi um dos responsáveis por deixar a sua equipa ligada à corrente até ao fim.
Dentro do que o cansaço físico permitiu, a intensidade continuou presente. Simão Fernandes, com tremenda infelicidade, concedeu o 2x3 ao Portimonense, mas, antes do último apito de Hélder Malheiro, Felipe Alves fez, com insistência, o 3x3 que levou tudo para as grandes penalidades.
Aí, os forasteiros foram mais competentes, mas a verdade é que suaram imenso para conseguir o apuramento para a fase seguinte.
3-3 (4-5 g.p.) | ||
Luizinho 35' João Paredes 85' Simão Fernandes 113' (p.b.) Felipe Alves 118' | Renato Júnior 19' 55' |