O Benfica qualificou-se para a 4ª eliminatória da Taça de Portugal, mas sem nota artística. As águias foram obrigadas, pelo Trofense, a ter de ganhar o encontro no prolongamento, depois de 90 minutos onde foram perigosos, mas sem serem organizados como equipa.
Jorge Jesus lançou alertas mais que suficientes sobre a dificuldade que prespetivou antes da deslocação à Trofa, mas não foram ouvidas. As águias entraram em falso, altivas e lentas. Do outro lado, o Trofense, surgiu mais focado, a dar mais, a entregar tudo e a obrigar o Benfica a errar.
Além da maior vontade, a equipa de Rui Duarte surgiu com muito critério e com as ideias bem definidas: atacar pela zona central, aproveitando a menor ligação entre Meité e Taarabt, para chegar rapidamente à zona central do ataque.
⌚️35' CDT 0-1 SLB
🇧🇷Everton marcou o primeiro golo do Benfica em casa do Trofense.
Na única partida realizada na cidade da Trofa, o Benfica de 🇪🇸Quique Flores, em 2008/09, foi derrotado por 2-0 com golos de Reguila e Hélder Barbosa pic.twitter.com/EZchUIvbrA
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O Trofense conseguiu, mesmo, materializar a entrada forte na partida com o golo de Elias Achouri. O extremo francês, que entrou nos minutos iniciais para o lugar de Diedhiou, fugiu nas costas de André Almeida, mas foi apanhado em fora-de-jogo.
O Benfica teve, nos minutos iniciais, muita dificuldade em acertar o passo a Vasco Rocha e Bruno Almeida, mas o golo, embora que anulado, do Trofense serviu para colocar os encarnados em alerta máximo. A equipa de Jorge Jesus aumentou a intensidade, a rapidez nos processos e os desequilíbrios foram surgindo.
Sempre que o Benfica ganhou os duelos o espaço surgiu e as águias criaram imenso perigo para a baliza de Rodrigo Moura. O golo de Everton foi apenas uma consequência do crescimento dos encarnados.
O golo despertou o Benfica, a forma como colocaram a nu as fragilidades do Trofense deram confiança à equipa de Jorge Jesus e as oportunidades apareceram, com naturalidade e de várias maneiras.
Everton foi o jogador em maior evidência, provocando diversos duelos com o guarda-redes do Trofense, mas Rodrigo Moura levou sempre a melhor. O brasileiro tentou em lances individuais, mas também combinando com Lázaro pelo lado esquerdo.
O Benfica apareceu na segunda parte sem grande intensidade, com muita bola, mas com os jogadores desligados. Houve sempre quem desse mais (Everton e André Almeida) e outros que deram muito menos (Taarabt e Meité). Por isso a dinâmica dominadora demorou a sentir-se.
A mensagem do técnico do Trofense e a equipa da casa passou a jogar com dois homens da frente e a esticar mais o jogo. Os homens de Rui Duarte passaram a explorar as subidas de André Almeida e Gilberto, as fragilidades de Ferro e as dúvidas de Helton Leite.
O golo do empate do Trofense surgiu numa fase em que o Benfica ia demonstrando mais perigo, e muito trabalho para Rodrigo Moura, mas a velha expressão de quem não marca sofre, imperou novamente.
A pausa, antes do prolongamento, foi benéfica para as águias. Jorge Jesus aproveitou o time-out para uma mini-palestra e a equipa entrou concentrada e mais alerta.
O Trofense entrou a acreditar, mas foi apanhado no forma como tentou chegar esticar o jogo. O Benfica foi letal na primeira tentativa e André Almeida fez o golo do triunfo encarnado.
Apesar de faltar muito tempo para jogar, as águias tiveram outra atitude de controlo do jogo, no entanto não se livraram de passar por inúmeros calafrios junto da área de Helton Leite.
⌚️Apito final: CDT 1-2 SLB
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🦅Benfica vence pela 5.ª vez um prolongamento na 🏆Taça de Portugal frente a uma equipa de escalão inferior.
⚠️Em 8 ocasiões nunca perdeu e foi obrigado a jogo de desempate por três vezes. pic.twitter.com/QSOB8pcTyr
Mais que o golo que o capitão do Benfica marcou, e deu a vitória às águias, o jogador colocou em prática tudo aquilo que Jorge Jesus vai dizendo amiúde: pode jogar em qualquer lugar na defesa. Quando marcou o golo era o lateral esquerdo.
Jorge Jesus levou da Trofa muito trabalho de casa para os jogadores menos utilizados. Se o técnico encarnado queria a equipa toda ao mesmo ritmo, para a fase importante da época, hoje ficou a ver-se que falta intensidade a muitos.