Aproxima-se a hora da segunda passagem de testemunho português. A primeira foi há três meses, coube à Itália conquistar a taça que Éder levou para o relvado de Wembley... já agora, Gonçalo Guedes, houve convite para levar este segundo troféu português para Milão?
As honras na segunda edição de sempre da Liga das Nações, dois anos depois de Portugal ter sido coroado no Estádio do Dragão, ficarão para Espanha ou França. Duas das mais tituladas nações no futebol europeu querem juntar mais um título ao palmarés. Não é um Mundial, nem sequer um Europeu, mas um troféu que vai conquistando a sua relevância no espaço internacional.
Começando pela perspetiva de La Roja: desde a derrota com a Suécia na qualificação para o Mundial seguiram-se três vitórias consecutivas e os espanhóis têm na mira o primeiro título desde o Euro 2012, jogando a primeira final desde então. Em caso de triunfo, somam o quinto grande título internacional, a que juntam aos três títulos europeus e a um Mundial.
A era Luis Enrique tem sido de mudança na base da equipa. Basta ver o nível de esperança que recai em jovens como Pablo Gavi, Yéremi Pino ou Bryan Gil... sem esquecer, claro, Pedri, mas este não está disponível por agora. Irreverência ou inexperiência? São dois lados de uma mesma moeda.
Com a bola a rolar, a base de um futebol de posse continua a existir, mas não parece ter a mesma preponderância de outrora e La Roja já não se coíbe tanto de imprimir velocidade nos flancos ou fazer transições rápidas em zona central. Foi essa conjugação de qualidades que levou a equipa de Luis Enrique até às meias-finais do Europeu, caindo apenas nos penáltis contra a eventual campeã Itália, e que colocou nuestros hermanos nesta final de Milão, eliminando essa mesma Itália pelo caminho.
Do outro lado nesta final estará a campeã mundial França, que procura o sétimo troféu sénior da sua história. Ainda sob a tutela de Didier Deschamps, a equipa gaulesa tem vindo a atravessar um período de adaptação a um modelo tático de três centrais, uma tendência cada vez mais vista em equipas de topo pelo mundo fora. A alucinante meia-final contra a Bélgica mostrou que a nível defensivo ainda há margem para crescer. Já o trio de ataque intimida qualquer um: Mbappé, Benzema e Griezmann são protagonistas e um dos mais temíveis tridentes do futebol atual.
Além dos mecanismos da defesa, ainda por terminar de olear, a zona central do meio-campo suscita algumas dúvidas na ante-câmara da final devido às ausências de peso: já estava de fora Kanté, o todo-o-terreno que qualquer equipa quer ter, foi baixa de última hora Adrien Rabiot, pelo que a alternativa para fazer companhia a Pogba será certamente um jogador com menos experiência de seleção, seja ele Tchouameni, Veretout ou Guendouzi.
Algumas horas antes arranca em Turim o duelo pelo terceiro lugar desta Liga das Nações, com Itália e Bélgica frente a frente... mas é nesta batalha pelo troféu em Milão que os olhares se vão concentrar. Que as meias-finais sirvam de bom exemplo para uma final com futebol de topo... e que leve o (ainda nosso) troféu quem mais o merecer.
Ferran Torres (em dúvida)
Adrien Rabiot (Covid-19)
Não há Pedri, mas há um Pablo Gavi que com apenas 17 anos impressionou na estreia, em plena meia-final contra a Itália. Yéremy Pino ou Bryan Gil são também jovens talentos em ascensão e podemos incluir aqui Ferrán Torres, decisivo na meia-final com dois golos e que ainda tem apenas 21 anos. Renovar uma seleção não é um percurso simples, acarreta dores de crescimento... mas também tem aspetos bem positivos, mesmo no imediato.
Mbappé, Benzema, Griezmann. Nomes que não passam despercebidos, três setas apontadas a qualquer baliza e que em qualquer momento podem decidir um jogo - qualquer um dos três. Grande parte da força desta França está no ataque. Se a equipa conseguir passar por cima das ausências de relevo na zona intermédia e potenciar ao máximo a nova disposição tática, estes três craques agradecem.
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Espanha | França | |||
8 | 2 | Golos marcados | 3 | 7 |
7 | 1 | Golos sofridos | 2 | 8 |
1 | Jogos | 1 | ||
7 | 2 | Golos Marcados | 1 | 8 |
TREINADORESLuis Enrique e Didier Deschamps defrontam-se enquanto treinadores pela 1.ª vez mas, enquanto jogadores, defrontaram-se por quatro vezes, duas delas pelas seleções |
EQUIPASA França disputa a 9.ª final da sua história: soma seis títulos |
EQUIPASA França só perdeu um dos 11 jogos que realizou na Nations League: 2-0 frente aos Países Baixos |
EQUIPASA França só perdeu um dos 30 últimos jogos |
EQUIPASA França não perde há 15 jogos |
EQUIPASA Espanha disputa a 7.ª final da sua história: soma quatro títulos |
EQUIPASA Espanha só perdeu um dos 18 últimos jogos |
EQUIPASA Espanha soma três vitórias consecutivas |
CONFRONTOSAs duas equipas defrontam-se numa final pela 2.ª vez na história. Em 1984, a França conquistou o seu 1.º título ao derrotar a Espanha por 2-0 |
CONFRONTOSA única vitória da Espanha sobre a França em fases finais foi no Euro 2012: triunfo por 2-0, nos quartos de final |
CONFRONTOSAs duas equipas defrontaram-se em fases finais por cinco vezes, com três vitórias da França e um triunfo da Espanha |
CONFRONTOSA última vez que as duas equipas se defrontaram em competições oficiais (excluindo jogos amigáveis) foi na fase de qualificação para o Mundial 2014, com vitória da Espanha no Stade de France por 0-1 |
CONFRONTOSSe excluirmos jogos de preparação, este é o 10.º jogo entre as duas equipas, com a França a apresentar: soma cinco vitórias, contra dois triunfos da Espanha |
CONFRONTOSEsta é a 1.ª vez que as duas equipas se defrontam na Nations League |
CONFRONTOSO último jogo entre as duas equipas foi em março de 2017, com vitória da Espanha por 0-2, num jogo de preparação realizado no Stade de France |
CONFRONTOSEspanha e França defrontaram-se por 35 vezes, com vantagem dos espanhóis, que somam 14 vitórias, contra 12 triunfos dos gauleses |