Autoridade de Sheriff na noite do Real desperdício

Numa partida que começou com um evidente domínio territorial do Real Madrid, o Sheriff não teve problemas em juntar a linha intermédia e a mais recuada para suster o ímpeto inicial previsivelmente elevado da equipa de Ancelloti. O plano acabou por ser bem executado com a complacência madridista e com as mãos preciosas de Athanasiadis e o Sheriff saiu do Santiago Barnabéu com uma vitória épica (1x2)!

Com Valverde e Camavinga como motores do meio-campo merengue e escudados num Casemiro que também se aventurou no capítulo ofensivo, o Real Madrid demorava em surgir em zonas de finalização, com exceção feita para o livre batido por Benzema que não abriu o ativo por culpa da competência de Giorgos Athanasiadis, ainda nos primeiros 20'.

O primeiro indício de perigo parece ter ligado o alerta junto das lides moldavas, que num ápice trataram de se colocar em vantagem de forma bastante autoritária e cínica. Saída rápida para o ataque, a aproveitar a falha no posicionamento da defesa blanca, e Cristiano tirou um cruzamento primoroso, correspondido na perfeição pela cabeçada vitoriosa de Jakhshibaev. Começavam a abrir-se as bocas de espanto no Santiago Bernabéu!

Nos 20 minutos que faltavam até ao descanso, o Real Madrid foi atrás de reverter o «escândalo», mas o melhor que conseguiu fazer foi dar um recital de desperdício, também exponenciado pelo guardião da formação moldava.

A novidade Miguel Gutiérrez começou por tirar tinta à barra da baliza do Sheriff, num lance em que a bola sobrou para o lateral espanhol à entrada da área, depois de um belo trabalho de Benzema.

O internacional francês voltou a estar em destaque ao servir Hazard para o tiro cheio de intenção do belga. Na recarga Nacho não teve cabeça para empurrar o esférico rumo às redes moldavas. Nos últimos cinco minutos, Benzema tentou ele próprio o empate, mas o remate em jeito «apenas» rasou o poste.

No segundo tempo o Real Madrid entrou como se esperava, e foi para cima do campeão moldavo em busca dos três pontos. Só que o desacerto continuou a imperar como ilustraram as tentativas de Hazard e de Militão, deixando os adeptos merengues à beira de um ataque de nervos.

O empate acabou mesmo por chegar a partir da marca dos onze metros. Vinícius furou a partir da esquerda entre o lateral e o central e «cavou» uma falta aos olhos de Lawrence Visser, mas que mesmo assim levanta algumas dúvidas quanto ao contacto sobre o internacional brasileiro. Na conversão, Benzema não tremeu, deixando sem hipóteses o guarda-redes grego do Sheriff.

Faltavam cerca de 25 minutos para o fim e após o golo do empate, nada mais natural que pensar num segundo tento madridista, correto? Nada mais errado, os artistas blancos mantiveram a ineficácia na ordem do dia, denominador comum a homens como Modric e Vinícius. 

Contra a corrente, o Sheriff soube castigar a inoperância ofensiva contrária e já depois de ter visto um golo anulado a Bruno Felipe, voltou a chocar as hostes madridistas e o mundo. Sebastien Thill foi o autor de tal feito, carimbando a surpresa da noite milionária com um tiro açucarado ao ângulo. Digno de Sheriff!