Os destaques do jogo em Barcelos, que o FC Porto ganhou por 1x2
Já o equacionávamos para os destaques do jogo antes do golo, pois entrou muito bem, com comprometimento, com sentido de missão e com sobriedade. Viu-se Sérgio a organizar, viu-se a entrar no último terço para ser mais um a tentar encontrar desequilíbrios, viu-se até a baixar a grande velocidade para parar um contra-ataque. E depois (se não viu, veja) viu-se a encontrar o sítio certo num livre direto cobrado de forma exímia, como poucos conseguem. Ganhou o jogo!
Podemos começar por falar do seu golo, um momento que mistura matreirice e sentido de oportunidade com um excelente sentido de baliza e uma técnica notável, pois não é qualquer um que consegue um remate daqueles. Depois disso, foi sempre batalhador, nunca virou a cara à luta e tentou, de todas as formas, carregar a equipa. Não foi bem servido, não dispôs de muitas oportunidades, mas esteve sempre em jogo e a bom nível.
Não foi por ele que a equipa perdeu. Frelih chegou há pouco, depois da passagem relâmpago (mas feliz) de Kritciuk, mas teve tempo para se adaptar aos novos colegas, mas demonstra que tem qualidades para fazer esquecer o russo. Na primeira parte, o trabalho não foi muito, mas na segunda subiu bastante, com o esloveno a ser capaz de, com várias boas defesas, ir segurando o empate até ao livre de Sérgio Oliveira. Uribe e Pepê foram os que mais o fizeram brilhar.
Numa equipa globalmente apagada na primeira parte, foi dos que não se conseguiram soltar, mas tudo mudou depois do descanso. Até sair, a meio da segunda parte, estava a ser o mais dinâmico dos portistas, muito em jogo, a encontrar soluções variadas e a conseguir, com muita qualidade, colocar bolas na zona de finalização. Só que, ou por faltar mais poder de fogo na área, ou por se avizinhar algum desgaste no camisola 50, Sérgio Conceição optou por tirá-lo.
Qual o jogador do FC Porto em melhor forma? Quase todos dirão: Luis Díaz. O que é verdade. Porém, para se falar do jogo, provavelmente, menos conseguido do colombiano, impera falar de Zé Carlos, que fez uma grande exibição do seu lado. Quando atacou, fê-lo bem, mas foi a defender que se evidenciou, numa boa parceria com Lucas Cunha (pecou no penálti). Contam-se pelos dedos de uma mão as vezes que foi passado, e mesmo nessas teve pedal para recuperar. Belo jogo.
Foi muito por causa da forma como Otávio e Luis Díaz estiveram desaparecidos na primeira parte que a equipa não conseguiu ter fluidez e objetividade no seu jogo. Quando procurou terrenos interiores, foi sempre engolido pelos médios contrários. Na segunda parte, houve uma melhoria generalizada, mas Otávio manteve-se menos ativo que o habitual. Teve uma boa oportunidade, quando se isolou perante o guarda-redes, mas até aí foi menos lúcido. Não se pode dizer que tenha sido uma má exibição, mas ficou abaixo do esperado e bastante abaixo do que Otávio costuma fazer.
Não foi o único culpado, pois o próprio treinador deveria tê-lo tirado mais cedo de campo. Esteve razoável na primeira parte, mas desapareceu completamente na segunda, sobretudo numa altura inicial, em que a equipa implorava por alguém que tivesse capacidade de ter bola, de segurar e fazer jogar, perante a supremacia do FC Porto e a incapacidade gilista para respirar um pouco. Só o conseguiu quando o japonês saiu, bem rendido por Bueno.
1-2 | ||
Samuel Lino 24' | Mehdi Taremi 9' Sérgio Oliveira 89' |