Ambos procuravam a terceira vitória na Liga, ninguém a conseguiu. O Portimonense esteve em vantagem no Bessa por muito tempo, mesmo tendo marcado contra a corrente do jogo, mas os axadrezados salvaram um ponto ao cair do pano.
A equipa de João Pedro Sousa mantém-se invicta nos jogos em casa, enquanto a formação de Paulo Sérgio se mantém invicta fora de portas nesta edição do campeonato.
Entre as duas equipas iniciais para o encontro, destacava-se um dado: apenas um jogador português entre os 22 titulares: era Pedro Malheiro, responsável pelo corredor direito na equipa da casa e protagonista em vários lances de perigo do primeiro tempo.
João Pedro Sousa viu o momento de entregar a primeira titularidade a Petar Musa no centro do ataque axadrezado (viria a celebrar o primeiro golo no fim), num onze com várias baixas por motivos físicos: além de Reggie Cannon e Fran também não entraram nas contas Tiago Ilori, Javi García e Luís Santos, obrigando a alternativas na zona defensiva em particular. A opção recaiu num esquema de três centrais, com Nathan a fechar à direita de Jackson Porozo e Rodrigo Abascal, com os corredores entregues a Hamache e Malheiro.
Com Ewerton em estreia na época e com as primeiras titularidades para Iván Angulo e Wilinton no setor ofensivo, o Portimonense procurava pressionar bem alto e por muito tempo a equipa da casa até lidava bem com isso. A saída a três permitia algum conforto na construção e os boavisteiros foram acumulando investidas ofensivas, com Petar Musa a tentar por duas vezes o golo nesses primeiros 45 minutos e com um Pedro Malheiro bem audacioso nas investidas de ataque, dando trabalho a Samuel Portugal.
A tendência de jogo ia sendo favorável ao Boavista de forma clara, mas o Portimonense tinha guardado para os últimos momentos antes do intervalo o golo que surpreendeu e abalou os planos dos anfitriões. De um cruzamento rasteiro chegou a bola que Carlinhos recebeu de costas para a baliza, já na grande área, com o médio a girar e a bater Rafael Bracali.
Se o primeiro tempo teve um bom número de remates, aproximações às balizas (a uma em particular), o segundo não correspondeu, apesar de lances esporádicos. Faltou tempo útil de jogo, acumularam-se faltas, momentos frequente de assistência a jogadores do Portimonense... para desespero dos adeptos que compunham as bancadas do Bessa, que não se coibiram de transformar o desagrado em cânticos.
João Pedro Sousa tinha mexido no ataque logo na sequência do intervalo, lançando Yusupha para o lugar do reforço Kenji Gorré, a equipa axadrezada procurava mostrar que merecia mais os pontos, mas os homens de Paulo Sérgio até iam conseguindo manter a formação da casa longe do golo, com pouco mais numa fase inicial do segundo tempo do que uma tentativa de Yusupha que passou ao lado.
O Portimonense continuou a ver o Boavista ter mais iniciativa de jogo, mas teve até oportunidades para fazer o segundo, que não conseguiu. Carlinhos e Renato Júnior (lançado no segundo tempo) fizeram Bracali brilhar e manter pelo menos a desvantagem em um golo solitário, deixando margem para o golo do empate nos últimos suspiros.
Foi um golo construído por reforços: Ntep cruzou da direita, Musa finalizou e permitiu ao Boavista evitar a primeira derrota em casa na temporada, num lance que, ainda assim, deixou dúvidas por possível falta sobre Aylton na recuperação da bola. Seja como for, os axadrezados puderam salvar um ponto que pode ser precioso, como todos.
Critério aceitável ao longo do jogo, procurando deixar jogar sempre que possível e com alguma lógica por trás das ações disciplinares. A validação do golo já deixa algumas dúvidas, pela possibilidade de falta sobre Aylton Boa Morte.