Depois de ser vice-campeão europeu este ano, a equipa sub-21 de Portugal iniciou, esta segunda-feira, uma nova campanha de qualificação para o Euro da categoria a disputar em 2023. Naturalmente, a ocasião ficou também marcada pelo início de um novo ciclo na equipa de Rui Jorge, que se viu renovada devido às restrições etárias deste escalão.
A equipa portuguesa ainda contou com alguns «repetentes» na vitória frente à Bielorrússia. Em primeiro lugar surge destacado Fábio Vieira, que deu seguimento às exibições que lhe valeram o prémio de MVP do Euro 2021 e fez um jogo digno de ser eleito pelo zerozero como o melhor em campo.
Da mesma forma brilhou Vitinha, agora com a braçadeira, numa equipa onde já conhecia bem João Mário e Francisco Conceição, uma vez que todos partilham o balneário no clube e o têm feito também nesta seleção. Tiago Djaló, Nuno Tavares e Gonçalo Ramos são os restantes nomes que agraciaram o relvado novamente por este escalão da equipa das quinas.
Não era fácil prever qual seria o titular entre os três guarda-redes convocados, mas João Gonçalves terá sido certamente aquele que mais impressionou nos treinos. Em jogo, por outro lado, pouco deu para ver do jovem guardião do Boavista. Fruto da qualidade da oposição, a baliza de Portugal foi muito pouco ameaçada e o dia de estreia pelas seleções jovens - é verdade, nunca tinha jogado em nenhum escalão por Portugal - foi muito tranquilo para este jogador. Fez duas boas defesas nos primeiros 10 minutos, mas mais nenhuma depois.
É um dos nomes mais conhecidos, por assim dizer, deste onze inicial escalado por Rui Jorge, mas não deixou de ser uma estreia para o jovem defesa que o Sporting emprestou ao CD Tondela. Ao lado de Tiago Djaló, Quaresma foi o central mais envolvido na fase de construção, ainda que tenha tido poucas oportunidades para se evidenciar a nível defensivo. Deverá ser esta a dupla titular.
Este luso-austríaco de apenas 20 anos é mais um estreante absoluto com as cores de Portugal, uma vez que nunca tinha sido chamado em qualquer escalão. Para uma primeira vez, o médio defensivo do Vitória SC não se deu nada mal, embora tenha sido algo discreto. Mostrou qualidade no seu pé esquerdo, mas foi pouco aventureiro e na hora de reduzir o meio-campo a apenas três elementos foi o escolhido para sair.
A nível de experiência de seleção há, também em Guimarães, um contraste absoluto a Händel. André Almeida estreou-se pelos sub-21 depois de já ter representado todos os escalões desde os sub-15 até aos sub-20. A camisola é a mesma, mas a responsabilidade é maior, o que não parece ter afetado este médio que foi um dos destaques de Portugal. Tem qualidade para se aventurar ofensivamente como Fábio Vieira e, a tempos, Vitinha, mas neste jogo foi mais um elemento equilibrador que mostrou sempre vontade de receber a bola.
É, de longe, o jogador mais cotado desta seleção a nível internacional, fruto dos 40 milhões que o Wolverhampton pagou para o tornar no jogador mais caro da sua história, mas nem sempre se notou. Na estreia pelos sub-21, Fábio Silva mostrou-se confiante e envolvido. Foi, a par do outro Fábio (Vieira) o elemento mais perigoso de Portugal, mas a segunda parte trouxe uma notória quebra e, na hora de passar a 4-3-3, foi o escolhido para sair.
Com alguma surpresa, o extremo do FC Porto B foi o primeiro jogador que Rui Jorge chamou a aquecimento e, a par de Francisco Conceição, o primeiro a entrar. Foi uma estreia promissora, embora inegavelmente frustrante. Na esquerda, teve muito mais bola do que Conceição na direita, mas nunca conseguiu fazer nada com objetividade. O seu toque charmoso de quem tem talento em abundância motivou aplausos das bancadas, só faltou foi soltar a bola no momento certo.
Aos 19 anos destaca-se como uma das figuras de proa do Benfica B e conquistou, com mérito, a sua primeira internacionalização desde que em 2019 jogou pelos sub-19. Esteve em campo apenas 17 minutos, mas deixou clara a facilidade como, enquanto médio, chega à área com perigo. Pode vir a ser muito importante nesta caminhada.
Entrou ao mesmo tempo que Paulo Bernardo, mas não se destacou da mesma forma. O médio emprestado pelo Benfica ao CD Tondela, depois de um ano no Bayern, deixou a posição mais recuada do meio campo para Vitinha, mas não se destacou em nenhuma vertente do jogo, contribuindo para a passividade que se verificou nos minutos finais. Importante realçar que foi apenas uma estreia com cerca de um quarto de hora de jogo, uma amostra que impossibilita seja quem for (incluindo Rui Jorge) de deliberar acerca do promissor médio.
1-0 | ||
Fábio Vieira 32' (g.p.) |