É assim que se justifica o favoritismo

A diferença de valores é grande e o Santa Clara provou dentro do campo. Na primeira mão da segunda eliminatória de qualificação para a Conference League, o Santa Clara venceu fora o Shkupi por 0x3, num sólido passo para seguir em frente nesta nova competição europeia.

Os açorianos realizaram uma exibição competente e dominadora, com um volume ofensivo que até podia ter dado mais golo para a turma de Daniel Ramos. O adversário mostrou poucos argumentos e só um milagre pode mudar o rumo da eliminatória nos Açores.

Máquina já está trabalhada

Com uma equipa sem reforços e já perfeitamente ligada às ideias de Daniel Ramos, o Santa Clara desde cedo mostrou a sua grande superioridade e assumiu o domínio total das operações. Sem o ritmo ser muito alto, as oportunidades começaram a surgir e os macedónios não tinham resposta para a qualidade dos visitantes, focados em chegar ao golo.

Morita continua a ser garantia de classe ©CD Santa Clara

A pressão foi aumentando e o desejado tento chegou para o Santa Clara, num autogolo de Abdul Rwatubyaye após lance bem trabalhado pelo flanco esquerdo. O japonês Morita pareceu ainda estar com o ritmo da época anterior e espalhou a sua qualidade pelo relvado, enquanto o Shkupi não tinha capacidade para criar qualquer situação de perigo.

O Santa Clara teve o mérito de não baixar o ritmo e continuar forte na procura de uma vantagem mais tranquila. Os macedónios fizeram duas mexidas para o segundo tempo, porém, o impacto foi reduzido e os problemas continuaram para esta modesta equipa depois do descanso. O flanco esquerdo, em especial, era a zona mais problemática para a defesa da casa.

Acabou por ser deste flanco que a turma de Daniel Ramos chegou ao segundo tento, num lance rápido e muitas vezes visto em 2020/21. Allano, uma autêntica flecha, ganhou espaço em velocidade e cruzou rasteiro para a finalização tranquila de Carlos Jr, que continua a provar não precisar de muitas oportunidades para fazer estragos. Resulto justo para o que estava a acontecer.

De forma natural, devido ao momento da época, o Santa Clara baixou o ritmo do jogo, mas o perigo continuou próximo da baliza macedónia. Carlos Jr atirou ao poste num lance que também envolveu Cryzan e voltaria a estar perto de faturar momentos mais tarde, onde Rui Costa também facilitou numa eventual recarga. Nas raras chamadas ao serviço, Marco Pereira mostrou a sua habitual segurança.

Até ao final, os açorianos não desistiram de procurarem mais golos e foram premiados em cima do apito final, com Costinha a marcar após jogada de insistência. Selada a goleada e uma viagem de sucesso do Santa Clara, que vai bem relaxado para a segunda mão.