Villarreal é a mais recente equipa espanhola a chegar à glória europeia na Liga Europa! Uma caminhada improvável, selada de forma inesquecível, que colocou o submarino amarelo no momento de mais profunda felicidade da sua história.
De um lado estava o Sr. Europa League, a participar na sua quinta final desta prova, e do outro estava um favorito Manchester United, para jogar esta extremamente intrigante final em Gdánsk, mas a decisão não foi nada fácil. Foram necessários 120 minutos de futebol, seguidos de 22 grandes penalidades, para apurar o vencedor da competição.
Quem esperava uma final entusiasmante desde o primeiro instante certamente ficou desapontado, pelo menos nos minutos iniciais. O hino europeu foi substituído pelo letárgico som da antecipação, nuns 20 minutos iniciais cujo único acontecimento de destaque foi o choque de Foyth no joelho de Pogba, que deixou o argentino a sangrar e o Villarreal com menos um elemento durante cerca de 10 minutos.
Era como se o semáforo estivesse fechado, impedindo qualquer jogada perigosa de passar pelas defesas adversárias, mas, como em qualquer outra via, não se manteve assim para sempre. O semáforo virou amarelo intermitente e deixou o submarino proceder com cautela, o que permitiu uma jogada de perigo, patrocinada por um belo cruzamento de letra de Bacca, antes de um momento que seria bem mais decisivo.
A bola, neste caso a responsabilidade, estava claramente do lado inglês. O peso do favoritismo neste duelo não chegava às toneladas, mas era o suficiente para tornar a final um pouco menos desinteressante, por isso surpreendeu a vantagem espanhola que durante tanto tempo não teve resposta à altura. Ainda assim o golo chegou, de forma... fortuita, no mínimo.
Greenwood tinha sido o red devil que maior perigo criou no decorrer do primeiro tempo, mas não esteve envolvido no lance que culminou com o golo de Cavani. Um remate de longe de Rashford foi contra McTominay e, sem qualquer fora de jogo, deixou o uruguaio isolado de forma gratuita, para assinalar o empate.
Um cabeceamento falhado por Pau Torres, a melhor oportunidade do Villarreal na segunda parte, deu por concluído o tempo regulamentar e atirou a decisão para o prolongamento. Nessa meia hora extra a força dominante mudou, e o submarino reemergiu como uma força a ter em conta nesta final. Houve chegada à área, houve ocasiões, e até uma grande penalidade que poderia ter sido assinalada a favor dos espanhóis (VAR entendeu que não houve mão de Fred), mas o golo tardava em chegar.
Também Solskjaer, que enquanto jogador foi tão preponderante a saltar do banco, tinha prometido suplentes a desempenhar um papel importante, mas deixou as alterações para a segunda parte do prolongamento, numa clara amostra do que foi esta final: expectativa e mais expectativa.
Como sintoma do medo e do nervosismo, o jogo foi mesmo até à lotaria das grandes penalidades, onde impera o... medo e nervosismo.
Mas aí desapareceram os nervos, e os primeiros 10 penáltis foram marcados, atirando a decisão para o mais longe possível. Mesmo os seguintes continuaram a entrar, e foi só na 22ª grande penalidade, cobrada por David De Gea, que a bola não entrou. O último jogador que faltava marcar foi o único que não conseguiu, e assim ficou um espanhol na origem desta noite inesquecível para o Villarreal.
120 minutos de bola corrida foram incapazes de impor a paixão e entusiasmo que este duelo merecia, mas as grandes penalidades não falharam nesse departamento. 21 penáltis, todos certeiros, com os corações (mesmo os neutros) a palpitar em crescendo, até que Rulli defendeu perante o seu colega de posição
As finais já são jogos onde os nervos, por vezes, tornam os jogos um pouco menos interessantes do que deviam ser. Junte-se a isso o facto de chegarem no final desta temporada atípica, com tão pouco descanso, foi a receita para um duelo de pouco risco e muita expectativa.