O Farense bateu o Paços de Ferreira fora de casa e, agudizando a lista de derrotas dos castores - a quarta seguida - , voltou aos triunfos. Um resultado que dá esperança aos algarvios na luta pela permanência na Liga NOS.
Se todos os pontos são uma espécie de ouro para as equipas que lutam para se manter na Liga NOS o Farense apareceu em Paços de Ferreira qual Indiana Jones, em busca da arca perdida, onde moram os pontos que a equipa de Jorge Costa tem tido dificuldade a abrir.
Sem surpresa os algarvios entraram no jogo pressionantes, empurrando o Paços de Ferreira para a linha defensiva. No entanto ter maior espaço territorial não é sinónimo de ter perigo e esse foi também o grande problema do Farense; saber enganar o Paços e colocar Jordi em apuros.
Os castores reagiram, com saídas curtas, organizadas e aos poucos os homens de Pepa passaram a colocar a defesa do Farense em sentido. Com Bruno Costa a comandar, a formação nortenha teve momentos de inspiração, mas a baliza esteve sempre longe dos olhares dos homens da frente do Paços de Ferreira.
O Farense, que começou o jogo com grande ocupação territorial, futebol ligado, rapidez e paciência para chegar à baliza de Jordi, foi mais perigoso quando o Paços de Ferreira pegou na bola. À meia hora de jogo Mansilla foi solicitado na profundidade, mas não o remate do argentino saiu ao lado da baliza do guarda-redes Jordi.
O intervalo foi muito amigo para os homens de Jorge Costa, pois o Farense apareceu corrigido, detetou a zona onde ferir o Paços de Ferreira e colecionou oportunidades claras de golo.
Os algarvios tinham o capítulo das bolas paradas bem afinado: Lucca e Pedro Henrique tiveram com o golo próximo, mas primeiro Fernando Fonseca e depois Jordi evitaram a festa do Farense mais cedo.
Os leões do Algarve nunca mudaram o estilo e mesmo o golo não surgindo a equipa manteve o estilo: Sempre a procurar o criador (Gauld), a levar o jogo para as laterais, rompendo entre os defesas, mas encontraram um Paços de Ferreira confortável. Até que Gauld sofreu falta para grande penalidade. Houve dúvidas, Manuel Mota foi ao VAR e assinalou o castigo máximo. Gauld deu vantagem ao Farense e o jogo ainda ficou mais favorável para os algarvios.
A saber que o Paços de Ferreira ia esticar o jogo, para tentar chegar ao empate, a equipa algarvia mudou o estilo e começou a usar o contra golpe. Sem surpresas o segundo golo chegou por Fabrício, que aproveitou uma jogada confusa, mas perigosa do Farense para arrumar com o jogo.
Os castores pressionaram nos minutos finais, mas os comandados de Jorge Costa souberam manter a partida controlada e Beto nunca foi colocado verdadeiramente à prova.
O escocês tem mesmo um nível superior. O forma como ocupa os espaços, a forma como lê o jogo e faz jogar é um jogador diferenciado. Voltou a carregar o Farense para uma nova vitória.
O Paços de Ferreira é uma sombra daquilo que já foi e frente ao Farense voltou a ter um jogo menos conseguido. Faltou agressividade nos duelos, intensidade no jogo e ligação entre os setores. Pepa tem muito que corrigir.
Manuel Mota teve uma noite tranquila. A verdade é que o jogo nunca exigiu muito do juíz da AF Braga e mesmo quando os lances ficaram mais duros soube manter a partida na mão. O Farense reclamou de dois grandes penalidades: Num o árbitro mandou jogar, no outro foi ao VAR e assinalou. Manteve o critério largo e uniforme.