Não foi bonito, mas o FC Porto respondeu da melhor forma à vitória do rival nesta jornada e somou três pontos no Estádio da Madeira. Frente a um adversário bem mais esforçado do que tem mostrado e que ainda ameaçou outro resultado, os dragões beneficiaram de um erro do guarda-redes para fazer o único golo da partida.
O resultado permite à equipa de Sérgio Conceição continuar na luta pelo título, enquanto o Nacional volta a sair derrotado (pela nona vez consecutiva) e complica a luta pela permanência.
Manuel Machado, no rescaldo da derrota frente ao Santa Clara, usou um ditado popular para, de certa forma, lamentar que tudo acontece à sua equipa e que a intranquilidade que vive agudiza ainda mais os problemas. A verdade é que, olhando para a primeira meia hora dos madeirenses, a expressão, não só ajusta-se, como voltou a ser pertinente.
O golpe podia ter causado uma mossa na confiança, mas funcionou ao contrário porque a equipa continuou a explorar o espaço nas costas portistas e conseguia, ainda que de forma algo tímida, causar dificuldades.
Só aqui é que os portistas tiveram alguma tranquilidade, com capacidade para trocar a bola entre os médios, com destaque para Grujic, o melhor dos três. O sérvio voltou a ser titular (a quarta vez consecutiva) e ajudou a coordenar o meio campo. Ainda assim, as oportunidades eram escassas de ambos os lados, com o FC Porto mais satisfeito com o resultado e sem necessidade de acelerar muito o jogo. Um Nacional pouco eficaz saiu para o intervalo com razões para estar insatisfeito.
Não se pode dizer que o FC Porto precisava de mudanças drásticas, até porque liderava no marcador e esse era o número que importava. Só que, num lance fortuito, daqueles que o adversário beneficiou na primeira parte, a estratégia podia ir por água abaixo e um ponto deixaria muito mais feliz o Nacional.
Para o FC Porto, que tinha estado a meio da semana a discutir um lugar na meia-final da Liga dos Campeões, o ritmo lento era ideal, mesmo que isso não significasse abdicar de uma ataque mais intenso. Manuel Machado deu mais uma referência ao ataque, Sérgio Conceição respondeu da mesma forma, lançando Marega para segurar a bola na frente.
O jogo continuava sem balizas e os dragões fecharam com Diogo Leite numa linha de cinco defesas que afastou as últimas tentativas de jogo direto dos madeirenses. Só mesmo antes do apito final é que os dragões conseguiram obrigar António Filipe a nova defesa, mas a história estava escrita e os três pontos caíram para o FC Porto.
Depois de duas goleadas pesadas, o Nacional apresentou-se a bom nível e entrou com a intenção de somar pontos frente a um adversário que luta pelo título. Se quiser sair do lugar que ocupa na classificação, exibições como a deste domingo podem ser a chave para o sucesso no final da temporada...
Ainda assim, e apesar da bela entrada no jogo, os erros voltaram a ser fatais para uma equipa que se pode queixar de vários erros individuais ao longo da temporada. O próprio técnico admitiu que o lugar que a equipa ocupa não favorece a situação, mas, se continuar a errar assim, ficará difícil sair da posição onde está.