Foi preciso ter coração

O Sporting está de regresso aos triunfos. Após dois empates consecutivos, que animaram a luta pelo título em Portugal, o líder deslocou-se até Faro para vencer o Farense (0x1), num jogo que se revelou dificílimo para o conjunto de Rúben Amorim. O penúltimo classificado mostrou muita garra e espírito de sacrifício, mas sai da 27.ª jornada de mãos a abanar.

A relação de Pote ao golo

Era uma das principais dúvidas, perceber de que forma Amorim ia montar o ataque. Ao contrário da aposta feita em Moreira de Cónegos na jornada anterior, com a dupla Tiago Tomás e Paulinho a alinhar de início, o treinador dos lisboetas entregou o ataque apenas a Paulinho, com a entrada de Daniel Bragança para o miolo, juntando o internacional sub-21 português a João Palhinha. Pote e João Mário eram elementos mais móveis, de ligação entre o miolo e o ataque.

O duelo frente ao penúltimo classificado, a precisar urgentemente de pontos para se afastar de um cenário desconfortável na tabela classificativa, começou intenso, com uma postura arrojada por parte dos algarvios, a pressionarem alto o líder e com isso a complicarem as ações do adversário no último terço.

O conjunto de Amorim, que assistiu à partida na bancada devido a castigo, foram privados de algum jogo interior, onde os homens de Jorge Costa tapavam os espaços da melhor forma, e chegaram ao primeiro lance de real perigo já depois da meia hora de jogo, e na sequência de um lance de bola parada.

O experiente Beto ainda defendeu um cabeceamento de Coates, principal referência nos lances de bola parada ofensivos do Sporting, mas não conseguiu segurar o remate de Pedro Gonçalves no lance seguinte à defesa estupenda do guardião dos leões de Faro.

A dois minutos para o intervalo, o Farense reclamou motivo para grande penalidade, por suposta falta de Nuno Mendes sobre Tomás Tavares, mas o árbitro Hugo Miguel mandou seguir o jogo, tal como tinha feito à passagem do minuto 20 quando Abner caiu na área após uma disputa de bola com Coates.

Adán foi considerado o melhor em campo para a redação do zerozero ©Kapta+

Algarvios acreditaram até ao fim

A primeira parte foi parca em oportunidades junto às duas balizas, apenas com Pote a encontrar o caminho para desatar o nó da igualdade, o mesmo não se pode dizer do segundo tempo, muito mais emotivo e com os dois guarda-redes em plano de destaque. Adán vs Beto. Que duelo!

O Farense manteve o ritmo e postura iniciais e causou vários momentos de desconforto ao Sporting. Aos 53 minutos, por exemplo, três depois de um desperdício de Paulinho na área contrária, Pedro Henrique recebeu um passe soberbo de Ryan Gauld na área sportinguista e rematou para defesa de Adán. 0x1 para o guarda-redes forasteiro.

Na resposta, Daniel Bragança, um autêntico relógio, e João Mário, também muito bem esta noite, desenharam um lance que pedia um final feliz. Paulinho estava no sítio certo para o remate, mas Beto apareceu para negar o golo ao internacional luso. 1x1, empatou o camisola 3!

Até ao final, o Farense continuou com o domínio das principais incidências e, depois de ter visto um golo ser-lhe anulado, por fora de jogo, Adán segurou a vantagem tangencial com mais uma intervenção de grande nível, desta feita a remate de Mansilla. 1x2 para o espanhol. 0x1 para o Sporting. E o líder aumenta, ainda que seja à condição, a vantagem no primeiro lugar para os principais rivais na luta pelo título.