Os 23 golos que já apontou em 46 jogos, esta época, podiam explicar só por si a importância de Bruno Fernandes no miolo dos red devils. Em entrevista à revista Fourfourtwo, o internacional português falou do seu «mau feitio» vencedor e do legado que quer deixar em Old Trafford: troféus.
Quando em agosto de 2019, Bruno Fernandes se estreou na nova temporada com a camisola do Sporting (a sua terceira época em Alvalade), estava longe de saber que, no final desse ano, estaria entre os nomeados para o prémio de Melhor Jogador da edição 2019/20… da Premier League.
O mês de janeiro trouxe a mudança do médio para Manchester, e a chegada aos red devils marcou uma mudança no paradigma da equipa: «No dia em que cheguei, lembro-me que houve um dérbi de Manchester. Ganhamos esse jogo 0x1 mas acabamos por não passar por causa do agregado. Mas nesse jogo vi que a equipa queria mais, queria fazer melhor, e isso agradou-me».
Imprescindível para Ole Gunnar Solskjær, o camisola 18 vê no atual segundo lugar uma boa resposta da equipa, mas aponta para o título e garante: é o objetivo.«Não começámos o ano da melhor maneira, perdemos alguns pontos. Nessa altura deixaram de contar connosco, mas nós estávamos comprometidos e continuámos a fazer o nosso trabalho em silêncio. Sabemos que em Inglaterra é muito difícil ganhar jogos e ter-se uma boa sequência de resultados, mas confiamos no nosso trabalho e os resultados são visíveis. Ainda não somos o melhor United possível, mas melhoramos, e isso é evidente», vincou o médio.
Com a competitividade no ADN e a exigência no sangue, Bruno Fernandes admitiu que, quando os resultados não são os melhores, é o primeiro a mostrar desagrado.
«Quando perdemos fica um ambiente pesado no balneário. Eu sou o primeiro a ficar aziado, mas isso é bom: quanto mais aziados ficarmos, melhor, porque é isso que constrói uma mentalidade vencedora», rematou o ex-Sporting.
Em casa do médio já se sabe: no dia a seguir a uma derrota, o jogo é tabu: «Sou uma pessoa difícil de compreender quando perco. Normalmente o meu pai liga-me no dia a seguir a um jogo, mas se perdermos ele já sabe que não pode falar muito sobre isso. Ele e o meu irmão foram jogadores, ajudam-me muito a melhorar e, sobretudo, entendem o meu comportamento».