No Leixões de 2020/21 há um antes e um depois de José Mota. Há 11 pontos somados antes, em 13 jogos, e 18 pontos somados depois, em dez jogos. Com pouca margem em relação aos lugares de descida antes da chegada do experiente treinador de 57 anos, o clube de Matosinhos está agora 11 pontos acima da linha de água. Se matematicamente a manutenção não está garantida, essa linha está agora quase tão distante como o atual top 4 da Liga Portugal SABSEG.
Média de pontos por jogo: 5 primeiros + Leixões apenas com José Mota
1º
Estoril-Praia
2,1 pontos por jogo
2º
Feirense
2,09
3º
Académica
1,96
4º
Vizela
1,78
5º
Arouca
1,61
[...]
[...]
[...]
11º
Leixões
1,8
A muito sofrida vitória no terreno do Varzim - acompanhada in loco pelo zerozero - levou a elogios de José Mota à capacidade de sofrimento da equipa e o treinador fez também questão de lembrar a «recuperação espetacular» dos leixonenses na tabela desde o regresso do técnico ao Estádio do Mar. E os números dão-lhe toda a razão: os matosinhenses foram de uma média de pontos por jogo de 0,84 para uma média pontual de 1,8 desde a mais recente mudança no comando técnico. É quase mais um ponto por jogo, diferença que coloca os leixonenses entre as equipas com melhor rendimento atual.
Se compararmos com o rendimento em toda a época das equipas do atual top 5, por exemplo, vemos que apenas as três primeiras - Estoril, Feirense e Académica - mantiveram ao longo da temporada uma média superior à deste renovado Leixões (ver tabela). E renovado é palavra de ordem, até porque o treinador faria questão de lembrar que esta subida de rendimento se fez com reforços vindos da equipa de sub-23, atual líder da fase de apuramento de campeão da Liga Revelação.
«Cinco vitórias, três empates e duas derrotas. Duas derrotas por 1x0, nós nunca sofremos nestes dez jogos mais de um golo em cada jogo. Têm de perceber uma coisa: para recuperar as equipas que estão no fundo da tabela há que trabalhar um bocadinho como fez o Leixões [diante do Varzim]. Um golo é uma coisa muito preciosa. Uma vitória dá três pontos. Isso é importantíssimo, os jogadores têm de perceber e conhecer as fases. Quando se está em sexto lugar não se pode jogar da mesma forma que quando se está em último. Porquê? Vocês sabem porquê. O Leixões adaptou-se a isso», realçou o treinador já vencedor de duas edições da II Liga e da Taça de Portugal de 2018 com o Desportivo das Aves.
Focamos numa expressão em particular: «Quando se está em sexto lugar não se pode jogar da mesma forma que quando se está em último». Partindo daqui, analisamos também os golos marcados e sofridos pela equipa no pré e pós-José Mota: nos primeiros 13 jogos - com Tiago Fernandes e João Eusébio - a equipa marcou 14 golos (1,07 por jogo) e nestes 10 jogos com José Mota marcou apenas nove (0,9 por jogo). O que faz a diferença, então? A enorme melhoria a nível defensivo: antes foram 18 golos sofridos (1,38 por jogo), depois foram sete golos sofridos (0,7 por jogo).
O Leixões está na luta para conquistar a Liga Revelação - líder em igualdade pontual com o Estoril, com menos um jogo realizado - e o rendimento de alguns desses jogadores na equipa principal poderá também ajudar a explicá-lo. José Mota lembrou que a equipa não teve «reforços» de inverno a não ser os jovens dessa equipa sub-23 em que apostou.
«Os jogadores têm tido as suas oportunidades. Vejam o Diogo, o Rodrigo, o Papalelé, o Lucas Lopes, uma série de jogadores que aqui temos. Tudo jogadores com 21, 22, 23 anos. O Seck, o Kiki... isto é também dar aos jogadores a confiança de fazer isso. Nós fizemo-lo numa situação difícil, de sufoco, de lutar pelos pontos. Eles têm sabido estar, têm sabido vencer estas dificuldades. Estou perante jogadores que de certeza absoluta vão para outro patamar. Nestas dificuldades têm dado razão ao treinador e têm aproveitado as oportunidades e adquirido as virtudes que os jogadores têm que ter. Dizemos muitas vezes que devemos dar oportunidades aos jovens jogadores quando estamos a ganhar, numa posição tranquila, mas é verdade que os grandes jogadores jogam nos momentos difíceis como jogam nos momentos mais fáceis. Eles têm correspondido e eu estou muito, muito contente com isso».
Além de outros que já deixaram o clube entretanto - Rui Pedro, Jota Silva, Yair Castro e Wendel Silva -, há já nove atletas com idade de sub-23 que já representaram a equipa principal nesta época. Três deles foram titulares na Póvoa de Varzim, dois foram suplentes utilizados.
Tiago Silva (guarda-redes, 20 anos) - 2 jogos, 1 golo sofrido |
Anton Rücker (defesa, 20 anos) - 4 jogos |
Diogo Gomes (defesa, 20 anos) - 8 jogos |
Rodrigo Ferreira (médio, 19 anos) - 12 jogos, 2 golos |
Papalelé (avançado, 20 anos) - 3 jogos |
Jefferson Encada (avançado/lateral, 22 anos) - 20 jogos, 3 golos |
Kiki (avançado, 23 anos) - 20 jogos, 3 golos |
Lucas Lopes (avançado/lateral, 23 anos) - 14 jogos |
Menaour Belkheir (avançado, 22 anos) - 7 jogos |
0-1 | ||
Joca 1' |