À lei do míssil fica mais fácil

O FC Porto voltou às vitórias no campeonato na sempre difícil deslocação ao Estádio Cidade de Barcelos e conseguiu arrancar a partida da melhor forma possível. Os dragões foram controladores na primeira parte, sofreram mais na segunda, mas seguraram o triunfo final em casa de um adversário a precisar de pontos. Os gilistas pecaram pelos 45 minutos iniciais menos conseguidos e sofreram dois golos em momentos cruciais do encontro (início e na melhor fase), que dificultaram imenso a missão final.

Uribe abriu cedo, Gil nem tarde reagiu

O momento e, sobretudo, o jogo para a Taça contra o SC Braga (também a receção ao Boavista) colocou o FC Porto em estado de alerta em relação aos arranques iniciais e a resposta teria de ser dada em Barcelos.

E foi. Concentrada, a equipa de Sérgio Conceição conseguiu ser inteiramente superior nos primeiros 45 minutos. Pressionou alto, não se deixou surpreender pela aposta na profundidade do ataque contrário, baralhou marcações e, com uma linha muito subida, encostou o Gil Vicente bem atrás.

A resposta apareceu bem cedo no encontro, após um lance de insistência do lado direito ter sobrado para os pés de Uribe. O colombiano, com uma bomba à queima roupa, inaugurou o marcador e deu a motivação necessária aos restantes colegas.

Essa personalidade fez com que o Gil Vicente mostrasse desnorte no momento da transição defensiva, onde o trio Ygor Nogueira-Rodrigão-Talocha sentiu dificuldades constantes para segurar as movimentações de Taremi e Marega. Para além disso, com Manafá e Nanu projetados, os alas pouco ou nada acrescentaram no último terço e os médios não tiveram bola suficiente.

A grande figura dos barcelenses acabou por ser Denis. O guardião brasileiro evitou um resultado mais dilatado com várias defesas de qualidade, muitas em jogadas trabalhadas com critério pelo adversário. À exceção de uma tentativa de Rodrigão na sequência de um canto, o Gil Vicente recolheu aos balneários a precisar de refrescar ideias.

©Vítor Parente / Kapta+

Gil mudou, mas Sérgio fez de Uribe

Perante os problemas físicos de Pepe e Corona, o técnico dos azuis e brancos colocou Luis Díaz e Sarr em campo, enquanto o adversário mudou de chip. O Gil Vicente subiu linhas, mostrou mais atrevimento com bola e causou mais problemas na retaguarda contrária, sendo que parte desse perigo nasceu da cobrança de bolas paradas.

Mas no melhor pano caiu a nódoa. Quer isto dizer que num dos melhores períodos do Gil Vicente, Sérgio Oliveira disferiu um míssil de longe e virou um balde de água gelada sobre a turma de Ricardo Soares, que se viu numa situação mais complicada.

Mesmo não baixando os braços - Marchesín passou a ter mais trabalho e Denis deixou de ter tanto protagonismo -, os galos, com Pedro Marques em evidência, falharam em intranquilizar os portistas com o golo que relançaria o encontro nos minutos finais.

Com algum sofrimento à mistura, o FC Porto protegeu o 2x0 e voltou às vitórias no campeonato. A margem de erro, por esta altura, é praticamente nula...