3 de janeiro de 2019: o Benfica tinha perdido na véspera em Portimão e Rui Vitória não resistiu a mais um mau resultado. Nesse dia, o FC Porto ganharia por 0x1 nas Aves e as águias, em quarto lugar, ficavam a 7 pontos do líder. No fim, o Benfica foi campeão.
17 de janeiro de 2020: o FC Porto viu o SC Braga, de Rúben Amorim ganhar no Dragão e, horas depois, o Benfica ganharia por 0x2 em Alvalade. A acabar a primeira volta, os portistas ficavam a 7 pontos da equipa de Lage e com vida difícil. No fim, o FC Porto foi campeão.
Para que serve esta introdução? Até pode já nem fazer sentido à hora do primeiro apito de Luís Godinho, se o Sporting, a abrir a jornada, não for capaz de bater o Rio Ave em casa. Mas, se o conseguir, deixa em maus lençóis alguma equipa que perca este clássico. Não é um cenário irreversível (até porque estamos numa fase ainda mais atrasada da época do que as descritas acima) e, aconteça o que acontecer esta sexta-feira, nenhuma destas equipas deixa hipotecada a luta pelo título. Mas, imaginamos, nem Sérgio Conceição nem Jorge Jesus quererão arriscar tal, até porque brindes dos adversários não são eternos.
Para o jogo desta noite, a horas que agudizam o fresco, é justo começar por dividir o seu lançamento em dois pontos: o físico e o mental.
Começamos pelo físico. A época já é, por si, totalmente atípica. Que o diga Otávio, mais recente vítima da COVID-19, e que o digam todas as equipas do campeonato, embrulhadas numa constante incerteza, visível em treinos, concentrações, preparação de jogos. O futebol não parou, desta vez, mas o perigo é constante - um dos maiores desafios da carreira de todos estes intervenientes.
Seguimos pelo mental. Aí, está por cima o FC Porto. Não são só as 10 vitórias seguidas, não é o facto de não perder desde outubro (só um empate, contra o City), não é uma clara subida de produção, mesmo com contrariedades como a situação instável de Pepe. É um notório ascendente sobre o Benfica, espelhado em quatro vitórias nos últimos quatro clássicos (vai dar recorde?), que renderam, no fundo, três títulos - Liga, Taça e Supertaça.
Há, no lado encarnado, um crescente e cada vez mais evidente bloqueio na hora de medir forças com o maior rival. A equipa tem sucumbido à maior capacidade portista para se superiorizar num jogo de força, mais físico e musculado, e não consegue sair daí. Podia tentá-lo por um futebol mais técnico, mas o lado mental, ora pois claro, tem impedido uma postura mais firme da águia. Não diríamos que é menos vontade, embora seja, certamente, uma questão de confiança. Nesse capítulo, Sérgio Conceição está cada vez mais especialista nestes duelos, e para Jorge Jesus reside aí o maior desafio: refrescar a sua equipa mentalmente e apresentá-la capaz de não se subjugar à primeira contrariedade.
Porém... Para o jogo desta noite, a horas que agudizam o fresco, é justo acabar a unir as duas forças que se defrontam no Dragão. As equipas com maior investimento, com maior historial, com mais credenciadas opções, com dois treinadores que são exímios vencedores, vão subir à relva para oferecer 90 minutos de grande tensão, incerteza e emoção. O maior dos clássicos, tantas vezes elevado a questões territoriais ou políticas, está pronto para ser jogado pela 246.ª vez. Que seja um grande jogo!
Marcano, Mbaye, Otávio (COVID)
André Almeida
É verdade que foi a prolongamento, mas na Madeira o FC Porto voltou a chegar aos quatro golos marcados. Nestas 10 vitórias seguidas, marcou sempre pelo menos dois, e isso deve-se a vários fatores, um deles Taremi. O avançado tem sido o jogador em maior evidência nestes últimos tempos e é clara a importância crescente que está a assumir de dragão ao peito. Consigo num dia bom, há garantia de golos.
Nesta antevisão, colocamos Pizzi ao lado de Darwin. Pode não ser bem assim, mas acreditamos que Jorge Jesus colocará o experiente português perto do avançado, pois assim reforça a zona central para os períodos sem bola e consegue, ao mesmo tempo, colocar mais próximo da baliza o médio com mais golo no plantel. A fazer uma época atípica, Pizzi tem galões para puxar e fazer a diferença.
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FC Porto | Benfica | |||
7 | 2 | Posição | 3 | 8 |
31 | Pontos | 31 | ||
7 | 35 | Golos marcados | 28 | 8 |
8 | 16 | Golos sofridos | 13 | 7 |
13 | Jogos | 13 | ||
7 | Golos Marcados | 7 |
JOGADORESSérgio Oliveira marcou nos três últimos jogos |
JOGADORESDarwin Núñez é o jogador com mais assistências nesta edição da Liga NOS (sete) |
EQUIPASO Benfica venceu cinco dos seis últimos jogos realizados na Liga NOS |
EQUIPASNa Liga NOS, o Benfica não perde há seis jogos |
EQUIPASNos 14 últimos jogos, o Benfica só perdeu um - precisamente frente ao FC Porto, na Supertaça Cândido de Oliveira |
EQUIPASO Benfica não perde há quatro jogos |
EQUIPASO Benfica soma duas vitórias consecutivas |
EQUIPASCom Sérgio Conceição como treinador, o FC Porto só por uma vez não marcou em casa na Liga NOS: foi, precisamente, frente ao Benfica, em dezembro de 2017 (0x0) |
EQUIPASNo Estádio do Dragão, o FC Porto marca na Liga NOS há 51 jogos |
EQUIPASO FC Porto tem o melhor ataque desta edição da Liga NOS, com 35 golos marcados |
EQUIPASO FC Porto marcou em todas as jornadas desta edição da Liga NOS |
EQUIPASNa Liga NOS, o FC Porto soma sete vitórias consecutivas |
EQUIPASO FC Porto marcou quatro golos em cada um dos dois últimos jogos |
EQUIPASNos quatro últimos jogos, o FC Porto marcou sempre, pelo menos, três golos |
EQUIPASNos 10 últimos jogos, o FC Porto marcou sempre, pelo menos, dois golos |
EQUIPASO FC Porto venceu 15 dos 16 últimos jogos |
EQUIPASO FC Porto não perde há 16 jogos |
EQUIPASO FC Porto soma 10 vitórias consecutivas |
TREINADORESJorge Jesus tem um histórico negativo frente ao FC Porto pelo Benfica: em 21 jogos, soma sete vitórias (duas no Dragão), quatro empates e 10 derrotas |
TREINADORESJorge Jesus venceu o último jogo disputado no Dragão como treinador do Benfica: 0-2 em 2014/15
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TREINADORESJorge Jesus perdeu os três últimos jogos em casa do FC Porto, todos ao serviço do Sporting |
TREINADORESJorge Jesus apresenta vantagem nos duelos frente a Sérgio Conceição: em 16 jogos, soma sete vitórias, contra cinco triunfos do técnico do FC Porto |
JOGADORESDos jogadores dos atuais plantéis, Sérgio Oliveira, Mbemba, Marega e Rafa Silva são os melhores marcadores do Clássico, com 2 golos |
TREINADORESDesde que é treinador do FC Porto, Sérgio Conceição venceu mais de metade dos jogos frente ao Benfica: 6 vitórias em 9 jogos |
CONFRONTOSA última vitória do Benfica frente ao FC Porto foi, precisamente, no Estádio do Dragão: 1-2, em 2018/19 |
CONFRONTOSNas três últimas épocas, registaram-se os três resultados possíveis nos jogos entre as duas equipas no Estádio do Dragão |
CONFRONTOSO FC Porto venceu cinco dos seis últimos jogos frente ao Benfica |
CONFRONTOSNunca no Clássico uma equipa somou cinco vitórias consecutivas: caso vença, o FC Porto faz história |
CONFRONTOSO FC Porto venceu os quatro últimos jogos frente ao Benfica |
CONFRONTOSNa Liga NOS, o FC Porto também apresenta vantagem nos confrontos frente ao Benfica: 86 vitórias em 172 jogos, contra 57 triunfos dos lisboetas |
CONFRONTOSO FC Porto apresenta clara vantagem nas receções ao Benfica, tendo vencido mais de metade dos jogos: 67 triunfos em 113 jogos. O Benfica venceu em 17 ocasiões |
CONFRONTOSFC Porto e Benfica defrontaram-se por 245 vezes, com vantagem dos portistas, que somam 97 vitórias, contra 88 triunfos dos encarnados |