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    Capitães de equipa enviaram carta

    Liga BPI junta-se ao CP para protestar paragem dos campeonatos: «Não compreendemos!»

    2020/11/01 17:46
    E7

    Parados todos os campeonatos de futebol não profissional, devido a restrições impostas pelo governo, as capitãs de equipa da Liga BPI juntaram-se aos capitães de equipa do Campeonato de Portugal e enviaram uma carta ao Secretário de Estado da Saúde, Diogo Serra Lopes, e a Marta Temido, Ministra da Saúde, referindo que não compreendem as recentes decisões aplicadas ao desporto amador. 

    Num longo documento, os capitães de equipa garantem estar conscientes dos riscos, mas realçam que já deram provas de responsabilidade para ajudar a combater a pandemia e manter o desporto amador ativo.

    «Estamos e estivemos sempre na linha da frente, perante qualquer sintoma, perante qualquer dúvida ou anormalidade, somos os primeiros a denunciar. Fruto disso são os vários jogos já adiados, para não se acarretar qualquer risco e a mensagem aqui torna-se clara: é possível jogar, jogamos. Não é possível, não o realizamos. Por nós e pelo próximo. É por essa razão que não compreendemos a decisão da paragem dos Campeonatos este fim-de-semana! Se sentíssemos que não era possível seríamos os primeiros a assumir. Não será essa a via de propagação da Pandemia, pois as regras estão a ser cumpridas, seguimos sãos e com o afastamento recomendado», pode ler-se na carta. 

    Confira o documento enviado na íntegra: 

    Excelentíssimo Secretário de Estado e Excelentíssima Ministra da Saúde,

    Estes não têm sido, seguramente, dias fáceis. Acreditamos que, tal como nós, nunca tivesse pensado em viver este cenário e que certamente gostaria de tornar todo este processo mais célere para poder voltar a dizer "está tudo bem".

    Todavia, esses dias tardam em chegar e estamos cientes dos exigentes desafios inerentes à pandemia, que atravessa, bem como o nosso Governo. É por isso que estamos aqui para manifestar vontade de ajudar.

    Enquanto representantes do Campeonato de Portugal, começamos por elencar em traço simples, que estamos no terceiro escalão do futebol Português e num traço mais complexo que se trata do maior campeonato que existe em Portugal, que faz a ponte entre o amadorismo e o profissional e representa todo o país, de canto a canto, cidades de norte a sul, algumas vilas e até aldeias. Este é o campeonato ideal para agarrar oportunidades e correr em busca do sonho.

    Na verdade, representamos mais do que o Campeonato de Portugal. Somos também um exemplo para o futebol distrital e para as camadas jovens, por onde alguns de nós já passaram, onde muitos nos olham com ambição e alento, para além da estreita ligação que temos estabelecida com os Campeonatos Profissionais.

    Ademais, queremos transmitir-lhe o brio que sentimos no futebol feminino que juridicamente é equivalente ao nosso e a todas as modalidades. Face ao supra aludido, facto é que em março pararam os campeonatos e nós acatámos as regras.

    Estivemos seis meses sem auferir qualquer remuneração, o que marcou negativamente a vida de cada um de nós, bem como das respetivas famílias.

    Aguardámos pacientemente esse hiato de tempo com respeito, sendo que quando foi possível regressámos com todos os cuidados, preocupações e recomendações da DGS.

    A Federação Portuguesa de Futebol fez um esforço tremendo e nós somos gratos por isso. Os nossos clubes assumiram e investiram na adaptação à realidade. Mantemos todos os cuidados sociais e de higiene, seja em treinos seja em jogos.

    Estamos conscientes da situação pandémica que atravessa o nosso país, porém sentimos a cada dia mais confiança no nosso trabalho e no de todos aqueles que estão a permitir de forma incansável que o Campeonato decorra em segurança.

    Estamos e estivemos sempre na linha da frente, perante qualquer sintoma, perante qualquer dúvida ou anormalidade, somos os primeiros a denunciar.

    Fruto disso são os vários jogos já adiados, para não se acarretar qualquer risco e a mensagem aqui torna-se clara: é possível jogar, jogamos. Não é possível, não o realizamos. Por nós e pelo próximo. É por essa razão que não compreendemos a decisão da paragem dos Campeonatos este fim-de-semana! Se sentíssemos que não era possível seríamos os primeiros a assumir.

    Não será essa a via de propagação da Pandemia, pois as regras estão a ser cumpridas, seguimos sãos e com o afastamento recomendado.

    Ambicionamos continuar a jogar, bem como receber o que nos é devido sobretudo nestes tempos árduos.

    Queremos contribuir para a subsistência dos clubes e mesmo prescindindo dos adeptos nas bancadas, que são milhares espalhados por todo o país, com as idas ao estádio, poder continuar a dar-lhes essas alegrias a partir de casa, onde nos podem acompanhar em segurança.

    A saúde mental de todos os cidadãos também se releva fundamental para o equilíbrio da sociedade, pelo que restringir o desporto não será solução.

    Escrevemos-lhe com amor à camisola, para que considere as nossas palavras, pois o melhor para si será o melhor para nós.

    Os capitães do CP e Futebol Feminino: Paulinho, Ana Lopes, Ibrahim Cassamá, Ana Borges, João André, Silvia Rebelo, Tiago Silva, Paula Santos, Leão, Nídia Santos, João Job, Ana Santana, Fred Coelho, Mariana Rodrigues, Manuel Pedro, Andréia Rocha, Luís Ferraz, Filipa Teixeira, Tiago Dias, Sónia Ferreira, César, Juliana Sousa, Diogo Carvalho, Cristina Oliveira, Tiago Duque, Catarina Santos, Luís Filipe, Patrícia Teixeira, Bruno Gomes, Catarina Lopes, Marcel Ribeiro, Filipa Ferreira, João Pedro, Daniela Costa, Moreira, Carolina Silva, Luís Carapinha, Dolores Silva, Chico Gomes, Márcia Caseiro, Rafa Miranda, Neuza Caldeira, Luís Pereira, Elisabete Silva, Rafa Castanheira, Leandra Pereira, Elisson de Jesus, Ana Santos, Weliton Matos, Catia Sousa, Nuno Pinto, Márcia Rebelo, Helder Castro, Silvia Brunheira, Carlos Paulo, Ana Carolina, André Sousa, Sara Pereira, Capelo, Solange Carvalhas, Manuel Godinho, Carina Santos, André Cunha, Carla Martinho, Tó Jorge, Bárbara Marques, Jonathan Firmino, Cristiana Teixeira, Leonel Santos, Mafalda Marujo, Rui Abreu, Nuno Abreu, André Aranha, Paulo André, Mauro Martins, João Nobre, Rui Santos, Helder Mota, Miguel Rebelo, Dani Matos, Diogo Carvalho, Calico, Pedro Tavares, João Nabor, João Pinto, Mika, Njoh Njoh Samuel, Fábio Arcanjo, Gonçalo Vieira, David Crespo, Miguel Lázaro, Fábio Graça, Ferrinho, Zé Oliveira, Louis Souffo, Rodrigo Borges, Nelson Almeida, Leleco, Militão, Marreiros, Gonçalo Menezes, Nuno Namora, Alain, Mário Sérgio, Herlander Tomé, Nuno Pinto, Fernando Madureira, Luís Raimundo.

    Somos todos da mesma equipa!

    Comentários

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    motivo:
    RSoares66
    2020-11-02 14h47m por Deep-Shadow
    Responderam-te a seguir.

    Se era para parar, parava tudo, agora não é manter apenas o que dá dinheiro às Sporttvs e outros interesses que tais. . .

    Meu caro, tens equipas na II Liga e mesmo na I com muito menos capacidade organizacional que outras no CP ou mesmo nas distritais (o Setúbal andou estes anos todos na I Liga e bem sabíamos o que ali estava e não é caso único), portanto essa dos clubes da I e II Liga terem mais condições de monitorização e contenção ...ler comentário completo »
    decisão
    2020-11-01 23h48m por Tobin
    a parar tinham de parar todos. . .
    RSoares66
    2020-11-01 23h28m por Deep-Shadow
    Qual foi o distanciamento que houve em qualquer dos eventos que ele referiu? Na F1 então foi a vergonha que se viu, mas aí como já gerava euros para as elites do país, já pode ser. . . Santa hipocrisia. . .

    Candidata-te a propagandista das ladainhas do governo, tens jeito.
    RSoares66
    2020-11-01 19h19m por Rubinho_1915
    Não saia mais de casa. Assim o vírus nunca se propaga. não vamos dizer que o vírus não existe. É claro que existe. Mas não vamos deixar de viver, com restrições, mas a vida continua.
    No futebol pode haver transmissão do vírus? Sim pode, tal como na F1 no Avante nas Touradas etc etc. Fazer do futebol o bode expiatório isso não podemos aceitar.

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