Depois de confirmado o adiamento de todos os jogos das modalidades (e futebol não profissional) previsto para o próximo fim de semana, eis que o Benfica já veio demonstrar o seu descontentamento. Através de Rui Lança, diretor das modalidades de pavilhão, o emblema da Luz opõe-se à decisão tomada em Conselho de Ministro e pede coerência por parte dos responsáveis.
«Em todas as atividades desportivas que o Benfica dinamiza, a nossa prioridade será sempre a segurança e a saúde de todos os intervenientes. Qual é a nossa insatisfação e frustração? Não vivemos numa ilha, compreendemos exatamente aquilo por que estamos a passar. Mas também, de alguma forma, olhamos para o lado e percebemos que outras áreas – se calhar até com menos organização do que os jogos das modalidades – estão a ter carta-branca para fazer um conjunto de coisas.
As decisões, independentemente de as compreender no âmbito geral, tentam proteger toda a população. Mas não posso esquecer que as mesmas são incoerentes face ao que está a acontecer noutras atividades, nomeadamente touradas, concertos ou deslocações organizadas. Eu fico feliz que outras atividades possam acontecer porque enquanto cidadão também não quero que a minha liberdade seja completamente castrada, mas tem de haver alguma coerência. Não havendo, quem tomou a decisão acabou por ser injusto e baseia-se em dados que muitas vezes omitem alguma informação. Há um triângulo de incoerência, injustiça e omissão», começou por dizer, referindo o anúncio, feito na madrugada desta sexta-feira, vai ter consequências para os clubes.
«Isto vai ter consequências. Há dinheiro de deslocações que não conseguimos recuperar. Claro que isso não é mais importante do que a saúde, mas estas decisões só são urgentes porque, durante algum tempo, quem devia ter tomado estas decisões não fez o seu trabalho de casa. Era bom que quem toma decisões conseguisse focar algum tempo da sua atenção naquilo que vai ser a época desportiva. Existem muitos clubes que dão, não só campo para que seniores e jovens possam treinar, como também preenchem os tempos livres e têm um papel social importantíssimo naquilo que vai ser a fase mais complicada em termos económicos e sociais», concluiu.