Esta quarta-feira foi agitada para os lados do Campeonato de Portugal, depois de a FPF ter emitido um comunicado em que anunciou o cancelamento da prova, garantindo a subida de dois clubes de forma ainda a determinar. A situação não agrada a vários emblemas, entre eles o Alverca.
A formação ribatejana reagiu à decisão do orgão que gere os campeonatos não profissionais em Portugal e lamentou a «insustentabilidade económica» que esta possa causar em alguns clubes.
O terceiro classificado da Série D do Campeonato de Portugal destacou o facto de ter apostado «numa estratégia de rigor e profissionalismo da sua estrutura», que tem, ao todo, «55 contratos profissionais», ficando assim com três meses de salários para pagar sem qualquer competição pela frente.
O emblema ribatejano considera que esta situação vai causar um impacto negativo de «dezenas de milhares de euros» e questiona: «Será que a FPF pensou no impacto económico que a sua decisão terá na manutenção de muitos destes postos de trabalho?».
Leia o comunicado completo:
«O FC Alverca considera a decisão da FPF de terminar oficialmente a época nas competições não profissionais, extemporânea e atentatória da verdade desportiva, além de susceptivel de criar uma situação de insustentabilidade económica em alguns clubes que cumprem com todas as suas responsabilidades com o Estado e com o futebol português.
Para que se tenha uma ideia do rombo desportivo e financeiro que a decisão da FPF pode provocar, damos a conhecer os números com que o FC Alverca se confronta, desde que apostou numa estratégia de rigor e profissionalismo da sua estrutura.
Uma estrutura, aliás, que poderá a ser a primeira a sofrer com o impacto negativo que esta decisão pode trazer. São, ao todo, 55 contratos profissionais.
O FC Alverca é um dos clubes que, atualmente, mais aposta em termos de formação. Não somos nós que o dizemos. São os números. Quinze jogadores da nossa equipa de sub-19 já dispõem de contratos profissionais.
Pela frente, sem competição e sem que nos seja atribuida a possibilidade, dentro do campo, de lutar pelo nosso principal objetivo, teremos o pagamento de três meses de ordenados.
Com os ordenados vêm as responsabilidades com a Segurança Social, o que constitui uma entrega ao Estado de dezenas de milhares de euros nos próximos três meses.
A juntar a tudo isto o efeito que a decisão pode ter no emprego gerado, direta e indiretamente pelo clube. Estamos a falar de 85 colaboradores, com ligação direta ao clube e 350 com uma ligaçao indireta ao FC Alverca.
Será que a FPF pensou no impacto económico que a sua decisão terá na manutenção de muitos destes postos de trabalho?
E o que dizer da forma como o atual projeto desportivo do FC Alverca está a ajudar a reanimar a economia local? Para ser ter uma ideia, o clube mantém arrendados cerca de duas dezenas de apartamentos na região, de forma a criar condições de conforto a alguns dos seus jogadores que chegam de outras zonas do país ou até de fora de Portugal.
Por tudo isto, é lamentável que membros da FPF não tenham pensado na forma como pretendem defender os clubes com maior número de pontos do Campeonato de Portugal – dos oito melhores classificados, quatro são da série D – e lhes dê uma hipótese de concretizar, em campo, o grande objetivo da temporada e que justifica todo o investimento que tem sido realizado pelo FC Alverca»