A visita do FC Porto a Leverkusen redundou numa derrota por 2x1, esta quinta-feira, na primeira mão dos 16 avos de final, num encontro em que o VAR se mostrou decisivo e a defesa portista pouco fiável. O golo de Luís Diaz, no entanto, abre perspetivas otimistas para o encontro do estádio do Dragão.
Debaixo de um autêntico dilúvio nos primeiros minutos, o medo de errar imperou sobre a ousadia de arriscar. A consequência lógica foi um jogo de muitas amarras e poucas ações ofensivas, até que os alemães começaram a tomar conta da bola, esse bem tão precioso.
Lars Bender teve tempo para o cruzamento, Marcano perdeu o duelo pelo ar com Demirbay e Lucas Alario, ao segundo poste, só teve de encostar, porque Mbemba não estava por perto. Era a recompensa - justa, diga-se - para a melhor equipa em campo, sobretudo porque soube esperar em segurança o momento para ferir o dragão.
Do lado oposto, muito pouco. O FC Porto não era capaz de criar jogo que alimentasse Marega e Soares, pelo que os raros sinais de perigo tiveram de sair do catálogo da meia distância. Se o primeiro remate de Sérgio Oliveira (35') não tirou o sono a Lukas Hradecky, o de Uribe (43') levava outra história e só um voo soberbo do guarda-redes finlandês evitou o empate.
Seguiram-se minutos de algum nervosismo dos dragões, até que ao minuto 73 apareceu o sempre importante golo longe de casa. Livre de Alex Telles, Zé Luís cabeceia para uma primeira defesa de Hradecky, mas Luís Diaz logrou a felicidade na insistência. Reduzia o FC Porto e, para além disso, readquiria segurança e confiança no seu jogo.
É certo que Marchesin ainda passou por um ou outro calafrio até final, mas o FC Porto foi capaz de travar novos golpes dos alemães, levando assim a eliminatória em aberto para Portugal.
O melhor de tudo isto foi mesmo a forma vincada como os alemães se colocaram ao lado do FC Porto e de Moussa Marega na luta contra a idiotice dos atos racistas. Antes do jogo, um vídeo com todo o plantel a dizer «não», no estádio uma tarja a sublinhar as múltiplas cores de Leverkusen. É assim que deve ser.
Foi, de certa forma, a maior surpresa no onze do FC Porto, mas a noite do lateral direito não foi a mais feliz. Se no 1x0 a culpa terá de ser dividida com Mbemba, no segundo só ele teve responsabilidades pela forma como abordou o lance com Volland.