Foram muitos anos na 1.ª divisão, onde se estreou com a camisola do Paço D'Arcos. Do clube da Linha saiu em 2007 para ingressar numa Juventude de Viana que na altura era o mais forte opositor ante um FC Porto que se viria a tornar decacampeão.
Após três temporadas de bom nível nos minhotos, saltou para o FC Porto, onde esteve duas épocas e se sagrou campeão nacional. Depois dos dragões passou por Candelária, Oliveirense, Valongo, HC Braga e mais duas passagens pela Juventude de Viana.
Agora decidiu voltar à zona de onde natural e fê-lo pela porta do Oeiras, clube que quer ajudar a regressar à elite do hóquei em patins, de onde pela primeira vez Gonçalo Suissas está afastado.
Ao zerozero, o internacional português, 33 anos, fala sobre o regresso a casa e como se sente ao serviço do Oeiras, clube no qual faz a estreia na 2.ª divisão.
Tantos anos depois regressas quase à base! Como acontece isto? «Sim, foi um regressar à base e a casa. Foi uma mistura de situações, tanto a nível pessoal como a nível profissional, que me levaram a tomar esta decisão».
Agora na 2.ª divisão. Depois de tantos anos na 1.ª a diferença é grande? «É a primeira vez que estou a jogar na 2 divisão, a diferença nota-se principalmente no ritmo de jogo, mas diria que este ano na zona sul a competição está muito competitiva e vai ser uma luta acesa até ao final do campeonato. Isto obriga as equipas a trabalharem bem e forte, aumentando os níveis competitivos para perto dos da 1.ª divisão. Será a 2.ª melhor divisão do mundo [risos]».
Fisicamente já estás bem. Voltar e ser decisivo como foste nesta jornada [três golos no empate 6x6 com o Murches] é demonstrar que o Suissas continua o mesmo? «Neste momento estou totalmente recuperado de um dedo da mão partido, que me afastou das duas primeiras jornadas do campeonato. Preparei-me muito bem na pré-época e esta lesão prejudicou-me bastante. Mas neste momento sinto-me muito bem e cada vez com mais confiança. Já consegui ajudar a equipa com golos, apesar de não termos tido o resultado que queríamos. Mas o Suissas continuará sempre o mesmo».
O Oeiras foi uma das surpresas na última temporada, mas desceu. Agora é já para voltar? «Sim, o Oeiras desceu quando nada o fazia prever durante o campeonato, mas foi essa realidade que se impôs. Neste momento, os nossos objetivos são mantermo-nos na luta pela subida até ao final do campeonato e na altura das decisões queremos estar fortes para termos uma palavra a dizer na subida de divisão, que é o que todos queremos».
Como te tens sentido por voltar à tua zona de conforto depois de tantos anos no norte? «Sinto-me muito bem e bastante integrado na equipa e no clube. Já sou o mais velho [risos], tento transmitir o conhecimento que fui adquirindo ao longo dos anos nos clubes por onde passei e alguma da cultura diferente que nos transmitem nos clubes do norte. Sinto que foi a altura certa para regressar a casa».
Achas que é uma nova vida que o hóquei em patins está a dar ao Suissas para voltarmos a ver o Suissas de outros tempos? «O Suissas de outros tempos sempre esteve lá, o problema do hóquei é que existem muitos "iluminados"! Sem dúvida que encaro todos os desafios como novas vidas que me são oferecidas e tento agarrá-las com toda a determinação e ambição, porque não estou acomodado e ainda tenho muita vontade de vencer e de conquistar coisas. Sinto-me muito bem em Oeiras e espero ainda dar muitas alegrias a este clube».
Campeão nacional, internacional, múltiplas provas dadas na modalidade. Quando te veem nos pavilhões da segunda divisão o que te dizem? «Sinto muito orgulho no meu percurso e em alguns pavilhões sinto que me valorizam. Noutros nem tanto, mas o mais importante é ter a certeza que o Suissas será sempre o mesmo, jogue no FC Porto, na seleção nacional ou no Oeiras».