Em menos de 24 horas, o sonho e o passado. Emoções diferentes, mas dois dias igualmente emocionantes para Rafael Camacho, que esta segunda-feira regressou onde tudo começou.
Depois de ter feito a estreia em Alvalade, o jovem de 19 anos foi, juntamente com o presidente do Sporting, Frederico Varandas, aos campos do Pólo Universitário de Lisboa, na Cidade Universitária. Foi ali que a caminhada de Camacho começou, ainda mais jovem do que aqueles com quem conversou antes de falar com os jornalistas.
A nostalgia de quem regressa a um local onde foi feliz sentia-se em Rafael Camacho, ainda um jovem, mas já com muitas histórias para contar. Antes de conversar com os mais novos, Camacho cumprimentou-os com rapidez e ficou no seu canto, tímido, ainda a conhecer os novos cantos da antiga casa, agora com mais relvados e condições.
Enquanto isso, Frederico Varandas demorou mais para atravessar todo o círculo. O presidente leonino passou mais tempo à conversa com os jogadores que compõem a equipa sub-13, com sorrisos à mistura, mas depois deixou os jovens brilhar e as perguntas dos leõezinhos estiveram à altura.
Depois de algum receio natural, as perguntas e os dedos no ar começaram a surgir com tranquilidade e houve alguns momentos curiosos, desde logo quando Rafael Camacho admitiu ter faltado a algumas aulas «para ficar no recreio a jogar à bola».
Ser jogador de futebol era um sonho para Camacho, como é para aquelas crianças que passaram a ainda curta carreira do jogador do Sporting a pente fino. Desde a conquista da Liga dos Campeões - «foi um espetáculo» - ao regresso ao clube que o formou.
«Senti orgulho quando voltei ao Sporting. Saí daqui muito jovem, a pensar voltar um dia para jogar na primeira equipa, era o meu sonho desde criança. E quando me deram a oportunidade de poder voltar, não pensei duas vezes e vim logo», explicou, ele que, tal como muitos jovens leões, sempre se inspirou em Cristiano Ronaldo.
A temperatura começava a baixar e havia um treino para fazer. Com tempo para apenas mais uma pergunta, uma criança fez sorrir Camacho e os restantes: «Como foi jogar com aqueles monstros?». Houve quem não percebesse e o jovem esclareceu: «Jogares bons». Camacho saiu-se bem na resposta: «Aqui no Sporting também tenho grandes monstros e estou sempre a aprender com eles».
Para Camacho foi um regresso ao passado, para aquelas crianças foi um olhar para o futuro que todos sonham. Um dia especial, portanto.