Grande noite, grande exibição, grande vitória! O Braga começou da melhor maneira a fase de grupos da Liga Europa, ao derrotar o Wolverhampton no Molineux. Ricardo Horta fez o golo do triunfo e este resultado agudiza ainda mais o mau momento da equipa de Nuno Espírito Santo.
Dizer que a primeira parte teve zero remates à baliza, de parte a parte, é exemplificar a pouca capacidade das duas equipas no ponto ofensivo, mas é também sinónimo de sucesso do Braga no condicionamento ao adversário.
A equipa de Ricardo Sá Pinto encarou com total comprometimento o arranque desta fase de grupos e, num 4x1x4x1, apostou na largura para explorar o facto de o Wolverhampton não ter tanta presença nos flancos. Conseguiu, em alguns momentos, incomodar a defesa contrária, mas muitas vezes a maior robustez dos ingleses permitiu-lhes ganhar os duelos.
No Braga, o relógio era amigo. Quanto mais tempo passava, mais a certeza que pontuar em casa de um claro concorrente pelo apuramento era excelente. E mais do que possível.
Se a primeira parte teve a tal curiosidade (que era também uma ótima explicação) de não ter havido qualquer remate na direção de uma das balizas, a segunda trouxe muito cedo avisos a Patrício e a Matheus de que as coisas iam ser diferentes.
No início, com uma maior velocidade na circulação dos wolves, o Braga começou por se retrair, mas aos poucos foi percebendo que havia o tão precioso espaço para a progressão de jogadores como Galeno ou Ricardo Horta, que haveriam de construir o golo, num excelente desenho de contra-ataque.
Foi, acima de tudo, errante. E, com isso, abriu ainda mais brechas, que só um menor discernimento ou uma maior ansiedade impediram que o Braga ampliasse a vantagem - sempre em contra-ataque, por entre uma defesa tentada a subir no terreno.
Sá Pinto refrescou, NES foi buscar as qualidades de Moutinho e Diogo Jota, mas o rigor defensivo do Braga foi sempre superior às investidas exteriores do Wolverhampton, que se eternizou em cruzamentos que os arsenalistas resolveram.
Uma etapa já está. E com enorme dose de mérito!
Dois lances de dúvida na área do Wolverhampton a registar: primeiro, Galeno sofreu um desvio com o braço mas forçou a queda e perdeu alguma razão; depois, Sequeira também caiu, viu amarelo por simulação, mas o lance era no mínimo duvidoso, nunca para essa decisão. Dois momentos de dúvida na mesma área a marcarem uma exibição que, no resto, foi sempre segura.
Nesse aspeto, o Braga foi excelente e soube enervar o adversário, que estava mais pressionado pelo fator casa e por uma dimensão financeira superior. Porém, nestas lides europeias, já são uns bons anos disto e a equipa de Ricardo Sá Pinto soube ser cerebral, pausada e aguardar pela forma como o adversário se viria e expor.
Com a dupla da frente (Jiménez e Cutrone) a tentar entrosar-se, o Wolverhampton criou algum perigo pelo corredor central. Porém, assim que surgiu o golo sofrido, a equipa caiu na tentação exclusiva de cruzar bolas para a área de um Braga que estava cada vez mais confortável com esse formato, pese embora a dimensão física superior do adversário.