Ispeaksempolemicas 26-04-2024, 16:42
Miguel Laranjeiro, presidente da Federação de Andebol de Portugal, mostrou-se otimista com o futuro da modalidade em Portugal e nas competições internacionais. Em entrevista ao jornal A Bola, o antigo deputado e jornalista confessou que este é melhor momento do andebol português.
Entre outros tópicos, Miguel Laranjeiro abordou o sucesso recente das seleções jovens, os bons resultados dos clubes portugueses nas competições europeias e uma eventual candidatura a receber um grande torneio.
O melhor momento do andebol português: «Houve uma conjugação de fatores - de aposta dos clubes na formação, de detenção de talentos, do funcionamento de centros de treino da Federação - que conseguiu compatibilizar caraterísticas individuais dos atletas com organização. Isso permitiu estes desempenhos.»
As expectativas da seleção nacional: «Não ficamos sentados em cima do sucesso. Trabalhamos para chegar aqui, mas agora é preciso continuar o trabalho de base. O nosso grande desafio é estarmos em condições de disputar permanentemente fases finais de campeonatos da Europa e do Mundo.»
O sucesso recente dos clubes: «Tem havido da parte dos clubes grande aposta, empenho, esforço e dedicação, que tenho de realçar. Tenho tido reuniões internacionais em que me fazem sentir que Portugal é visto de forma diferente e com atenção redobrada relativamente a países com mais tradição».
O papel da Federação: «Apostamos muito no acompanhamento das várias seleções, quer em termos de equipa técnica, quer de estágio, quer de jogos que colocamos à disposição das equipas. Isto proporcionou os resultados que esta época foram visíveis.»
Importância dada pelos órgãos políticos: «Acho bem que dirigentes máximos do país possam ir ver um jogo da seleção de futebol, mas também gostava de os ver num jogo de andebol... São imagens que ficam na retina.»
A desertificação de equipas a sul, a litoralização e as viagens às ilhas: «Este ano vem o Vit. Setúbal, que passa a ser o clube mais a sul. Há uma litoralização e queremos lutar contra isso. Fazemos tudo para que haja equipas no interior e sul do país e temos consciência que depois há custos com as deslocações.»
A aposta no andebol feminino: «É sempre bom quando clubes importantes acolhem o andebol feminino. Este ano, com a chegada do Benfica e ABC, admito que haverá maior notoriedade da modalidade, o que para nós é muito relevante. Estou convencido de que no futuro poderemos dar saltos.»
A organização de Europeu ou Mundial: «O sonho de organizar uma grande competição existe sempre, mas de imediato não é um objetivo. Temos de ter pés bem assentes na terra. As exigências de uma organização desse género são hoje muito maiores que no passado, têm impacto financeiro brutal e sem apoio assumido do Estado nem pensar. O andebol joga-se com a mão, mas com os pés assentes na terra. Gostaria, não está fora do radar, mas não a curto prazo.»