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    Gil Vicente e Braga empatam

    Veio uma luz do banco depois do apagão

    2019/08/25 23:07
    E9

    Dizia o relógio no Estádio Cidade de Barcelos que estávamos no minuto 90 em Barcelos e ainda houve cerca de 30 minutos jogados depois disso. Estranho, sim, mas com uma explicação simples: durante meia hora na segunda parte, não houve luz no estádio, fazendo deste um jogo, no mínimo, atípico. Acabou tarde, já muito perto das 23h00, mas jogou-se o que havia para jogar... e houve divisão de pontos num duelo minhoto em que a primeira metade foi do Braga e a segunda, depois do tal apagão, foi gilista.

    O brasileiro Wenderson Galeno, em estreia absoluta pelo novo clube, iluminou o caminho bracarense logo nos primeiros minutos, mas já depois da longa paragem houve Sandro Lima, vindo do banco de suplentes, a ditar o primeiro empate para as duas equipas neste campeonato. Uma noite estranha, que os gilistas acabam, de certa forma, por celebrar com moderação.

    Um relâmpago logo aos 6'

    Noite de trovoada em grande parte de região norte, a luz no estádio a falhar logo no aquecimento dos jogadores, mas estávamos longe de imaginar que isso viesse a ser um problema tão grande, até porque essa primeira interrupção pouco durou e havia ainda luz natural. Os problemas a sério viriam só depois do intervalo, e até então muito a bola rolou no relvado de Barcelos.

    Onze mudanças!
    Ricardo Sá Pinto mudou por completo a equipa em comparação com o jogo com o Spartak, promovendo quatro estreias absolutas

    Um Braga a meio de uma difícil eliminatória europeia com o Spartak apresentou-se em campo - pasme-se! - com onze mudanças no onze. Isso mesmo, uma equipa radicalmente diferente promovida por Ricardo Sá Pinto, confiante na profundidade do plantel e na resposta das teóricas segundas linhas. Quatro estreantes absolutos no onze (Eduardo, Lucas Cunha, Galeno e Rui Fonte), Vítor Tormena a estrear-se a titular.

    O SC Braga contou com uma grande falange de apoio em Barcelos ©Gaspar Castro

    Os guerreiros vinham da vitória na Europa mas da derrota na Liga com o Sporting, tal como o Gil Vicente vinha de uma derrota pesada em Moreira de Cónegos que fez os homens de Vítor Oliveira tombarem com violência depois de voarem em casa contra o FC Porto. 

    Contra um Gil Vicente longe de apresentar uma revolução semelhante - o treinador mudou três peças, sendo uma delas o regresso do habitual titular Alex Pinto -, o nível de exigência para o Braga não estava baixo, porque jogadores como Kraev ou Lourency, que já muito se destacaram neste início de época, não eram de ignorar. Os homens de Sá Pinto, porém, foram muito competentes na primeira parte, mesmo que não brilhantes, e até saltaram para a frente logo aos seis minutos. Do estreante Rui Fonte para o estreante Galeno e uma finalização que seria sempre difícil para Denis evitar.

    O Braga não acusava (até então) as muitas mudanças no onze, e isso por si só é um elogio considerável para os homens de Sá Pinto. Boa troca de bola a meio-campo, ocasionais momentos de algum perigo, como quando Murilo e João Novais atiraram para defesas de Denis até ao intervalo. Do outro lado, começava por faltar alguma inspiração e bastante acerto a Lourency, referência ofensiva gilista, que pouco mais conseguiu fazer na primeira etapa do que atirar bem por cima. A segunda metade do jogo, que teve o tal apagão, trouxe algo bem diferente.

    Meia hora às escuras

    Kraev aproximava-se da grande área do Braga, atirava com toda a força, o estreante Eduardo defendia a custo... e todos às escuras. Não terá sido tanto pela violência do remate mas pelos muitos relâmpagos que se avistavam na região do estádio em Barcelos.

    Contámos 31 minutos desde o apagão até que a bola voltou a rolar. Durante todo esse tempo, trocavam-se bolas no relvado, os adeptos até se pareciam entusiasmar mais nas bancadas, perante o caráter insólito do momento. E entretanto, pairava a dúvida: haveria jogo além destes 50 minutos?

    Qual milagre, o estádio voltou a iluminar-se passado todo esse tempo, Hugo Miguel autorizou o reatar da partida. Ponto positivo no meio disto tudo: jogadores mais frescos, pelo menos a nível físico.

    «Frases não ofensivas dão direito a punição!/Será a Liga a herdeira da Inquisição?», podia ler-se numa tarja exibida por adeptos do Braga ©Gaspar Castro

    E talvez o lado mental depois de todo o impasse tenha pendido a favor do Gil Vicente, que demonstrou claras melhorias no regresso à partida e conseguiu superiorizar-se contra um Braga que parecia querer que tudo acabasse para poder finalmente ir para casa.

    Os homens de Vítor Oliveira demonstravam bem mais atitude e mais criatividade nessa segunda fase: Lino acertou no ferro da baliza de Eduardo, Kraev falhou por pouco a baliza... e já 19 minutos depois dos 90 (!) foi Sandro Lima, vindo do banco, a desviar para o golo do empate depois de cruzamento de Alex Pinto.

    Foram os gilistas mais satisfeitos para casa depois do serão, recolheram os bracarenses de certo enervados com o resultado e com a noite inesperadamente longa antes da exigente viagem a Moscovo.

    jogos históricos
    U Domingo, 25 Agosto 2019 - 20:30
    Estádio Cidade de Barcelos
    Hugo Miguel
    1-1
    Sandro Lima 90'
    Wenderson Galeno 6'

    ESTÁDIO

    Estádio Cidade de Barcelos
    Lotação12 032
    Medidas105x68
    Inauguração2004
    Lances Capitais
    GOLO SC Braga!
    Wenderson Galeno marca
    Wenderson Galeno marca o seu 1º golo na prova (2 jogos)
    90´
    +19
    GOLO Gil Vicente!
    Sandro Lima marca
    Sandro Lima marca o seu 1º golo na prova (3 jogos)
    Positivo
    Bancadas até reluziram
    Belo ambiente nas bancadas do Estádio Cidade de Barcelos. Os muitos adeptos bracarenses estiveram particularmente efusivos durante grande parte do jogo, os adeptos da casa animaram-se depois do apagão e festejaram com euforia o golo. Durante o apagão, a luz dos telemóveis e o entusiasmo dos adeptos tornaram todo o impasse mais agradável.
    Negativo
    Escuridão sem culpas (aparentes)
    Meia hora sem jogo é, obviamente, um ponto negativo que não podemos de todo ignorar, ainda que seja importante realçar que tudo indica que o clube da casa não tenha tido culpa na questão, já que a trovoada causou estragos semelhantes noutras zonas da região.
    Forma
    Gil Vicente
    2019/2020
    4J
    2V
    1E
    1D
    6-7G
    SC Braga
    2019/2020
    6J
    4V
    1E
    1D
    13-7G
    O Árbitro
    Trabalho positivo da equipa de Hugo Miguel, num jogo de óbvia difícil gestão. Deu o tempo adicional que era necessário.

    Fotografias(16)

    Liga NOS: Gil Vicente x SC Braga
    Liga NOS: Gil Vicente x SC Braga
    Sondagem
    RESULTADO SONDAGEM
    GIL VICENTE
    EMPATE
    SC BRAGA

    Comentários

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    motivo:
    FE
    Um jogo antes do apagão, outro depois
    2019-08-26 03h40m por fernandoantunes-7
    A 1a parte foi controlada com relativo à vontade. As 11 mudanças do Sá Pinto surtiram efeito, a entrada do Fonte e do Galeno sobretudo foram benéficas, e o primeiro remate do Gil (é um facto indesmentível) foi aquele que foi feito no segundo que se apagou a luz. Uma paragem de 31 minutos quebra o ritmo da equipa que está a controlar o jogo — este tipo de situação faz-me lembrar um jogo de champions na Pedreira, na época 2012/13, em que o Braga estava a ganhar por 1-0 ao Manchester United, ...ler comentário completo »

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