De 72 equipas, o Casa Pia é a melhor. Numa longa final, os Gansos foram superiores ao Vilafranquense e depois de um empate a duas bolas nos 120 minutos, os penáltis deram o título de campeão do Campeonato Nacional de Séniores. Depois da subida, o título vai para Pina Manique.
A festa já tinha sido feita, o bolo já tinha sido comido, mas havia ainda algo mais. Depois de fazerem história com a subida à Segunda Liga, Vilafranquense e Casa Pia procuravam terminar uma época memorável com algo mais para recordar. Um digestivo depois de uma festa da qual as duas equipas tiveram uma semana para recuperar.
Sem a pressão de lutar pela subida, depois de longos e complicados meses, Piranhas e Gansos desfrutavam do Jamor, onde estiveram 4243 adeptos prontos para prolongarem os dias de festa. Apesar de tudo, havia um título para disputar.
Começou melhor o Casa Pia, que tinha ido aos Açores, na semana anterior, festejar a subida debaixo de uma tempestade. No Jamor, com a chuva a dar tréguas, a equipa de Luís Loureiro entrou com intenções de ter bola, mas o Vilafranquense cedo reagiu.
A equipa de Filipe Moreira, treinador que apareceu no Jamor com um laço a fazer lembrar Quinito, colocou a bola no chão, teve iniciativa e saiu para o intervalo com as melhores oportunidades. As últimas duas, em cima do apito do árbitro, flagrantes, com João Vieira a desperdiçar na cara de Rafael Marques.
As Piranhas estavam a mostrar-se mais esfomeadas e depois de falhadas as primeiras caçadas, a segunda parte trouxe a tão deseja presa. Jogada bem ensaiada pelo conjunto de Filipe Moreira, que transformou um livre lateral em golo. Tocantins, o tal que tinha percorrido o Estádio do Cevadeiro de um lado ao outro de joelhos para festejar a subida, foi o assistente de serviço, Kelvin Medina o marcador.
Pedia-se uma reação ao Casa Pia, que depois da boa entrada em campo tinha sentido dificuldades para chegar ao último terço com qualidade. Não estava a ser fácil de bola corrida, mas o empate acabou mesmo por surgir, também de bola parada. Pontapé de canto de Miguel Bandarra e cabeceamento de João Coito, a redimir-se de um falhanço enorme instantes antes.
Estava a prever-se. O Vilafranquense recuou com o golo sofrido e o Casa Pia não demorou a atacar as Piranhas. Época longa que iria ter, pelo menos, mais meia hora. Tudo para decidir no prolongamento e aí os casapianos voltaram a ter de correr atrás do prejuizo. Tudo porque Tocatins veio com pujança da paragem para o tempo extra e com uma bomba voltou a dar vantagem à formação de Vila Franca, que voltou a travar em João Coito. O capitão do Casa Pia voltou a resgatar a equipa e depois de ter conseguido levar a partida para o prolongamento, levou-a também para penáltis.
Uma época que durou largos meses, com emoção e sofrimento à mistura, com o fim a 11 metros de distância. Foi mais forte o Casa Pia, que teve em Rafael Marques o grande herói. O guarda-redes dos casapianos defendeu duas grandes penalidades, a última batida por Luís Pinto, e entregou o título de campeão à equipa orientada por Luís Loureiro.
2-2 (2-4 g.p.) | ||
Kelvin 57' Gustavo Tocantins 107' | João Coito 79' 111' |