Foi um FC Porto q.b. aquele que este sábado se isolou na liderança da Liga NOS, antes da Páscoa. Ainda a sentir o efeito e o desgaste do jogo com o Liverpool, os dragões venceram o Santa Clara por 1x0 e estão agora com três pontos de avanço no topo da classificação. Já o Santa Clara acabou por ser algo «tenro» na partida e não conseguiu aproveitar as fragilidades do adversário para ser mais perigoso.
Com Manafá como lateral direito e com Marega a jogar mais na direita, o FC Porto esteve sempre no jogo de forma muito realista e percebeu que os três pontos tinham de ser conquistados, mesmo sem capacidade de para fazer uma grande exibição. O Santa Clara trouxe uma ideia e apostou nela até ao fim, ainda que sem grandes resultados práticos.
Do outro lado do campo, o perigo criado pelo FC Porto vinha da obsessão que a equipa orientada por João Henriques tinha em sair a jogar em todos os momentos. Como já se viu em vários momentos desta temporada, jogar dessa forma na casa azul e branca normalmente resulta em derrotas. Soares quase aproveitava uma recuperação de Herrera para marcar e ainda antes dos 20 minutos, uma nova má saída do Santa Clara acabou por resultar num golo. Os portistas sabem fechar bem essa forma de sair das equipas adversárias e vão apertando uma espécie de colete de forças. Por vezes dá a ideia de que o adversário até está a encontrar soluções para sair, mas rapidamente isso se transforma em erros e em perigo.
Esse golo veio por Marega, que aproveitou um remate de Otávio (lançado na área por Brahimi) e uma defesa incompleta de Marco para encostar. Esse 1x0 tornou o jogo mais aborrecido. O Santa Clara mantinha essa mesma postura e apenas num contra-ataque ameaçou, o FC Porto parou de errar, controlou o jogo e, mesmo num ritmo lento, ficou perto de aumentar por duas vezes.
Sérgio Conceição percebeu as questões físicas e cedo lançou Corona e Fernando Andrade no jogo para tentar aumentar o ritmo. Com Marega mais fixo no meio, ao lado de Soares, o FC Porto passou a jogar em claro 4x4x2, mas nem assim o ritmo aumentava.
O Santa Clara mantinha-se fiel ao jogo apoiado vindo de trás, mas até acabou por ser em jogo direto que surgiram as melhores oportunidades para marcar. Na mais clara, valeu Iker Casillas a negar o golo a Schettine. Por seu lado, o FC Porto tardava a «matar» o jogo, sendo que Marco também ajudou a manter essa vantagem mínima. O guardião da equipa dos Açores negou o golo a Fernando Andrade com uma defesa verdadeiramente impressionante.
Contente com a vantagem, mas ciente que a questão física estava a pesar, o FC Porto fez um jogo eficaz até ao final e nem mesmo alguns assobios que vinham da bancada mudavam o ritmo e o rumo do jogo azul e branco. A entrada de Óliver passou a dar à equipa mais capacidade para segurar bola e, não fosse as «amarras físicas» que Marega mostrou, e o médio espanhol tinha isolado o maliano pelos menos duas vezes.
Não foi brilhante, mas foi muito ciente da realidade o FC Porto. Venceu o Santa Clara e vai passar a Páscoa isolado na liderança da Liga NOS. Tem a palavra agora o Benfica.