A noite era de Liga dos Campeões, mas só uma das equipas se mostrou ao nível dos quartos de final da competição. O Barcelona deu um «baile» de bola ao Manchester United, venceu confortavelmente e garantiu a justa passagem à próxima fase.
O United tentou surpreender com um ataque móvel – Lukaku ficou de fora -, linhas subidas e uma defesa a quatro, mas de nada valeu, perante um Barcelona ao estilo de Valverde, com Messi num dos seus dias – não marcava nos quartos desde 2013 -, outra experiência europeia e uma capacidade impressionante para ditar o ritmo do jogo.
Em Camp Nou, a partida começou da melhor forma para o Manchester United, que podia ter inaugurado o marcador logo no primeiro minuto. Rashford lançado em velocidade, conseguiu isolar-se, mas o remate saiu ao travessão. Um início fulgurante dos ingleses que surgiram com as linhas subidas e conseguiram criar muitas dificuldades ao Barcelona nos primeiros minutos.
As contas complicavam-se para os red devils, mas ainda faltava o verdeiro «balde de água fria». Messi voltou a recuperar, desta vez na zona central, e dilatou a vantagem, com alguma ajuda da péssima abordagem do guardião adversário ao remate.
A partir daqui as semelhanças com a primeira mão foram imensas. O Barcelona assumiu por completo o controlo da partida, confortável com e sem bola, enquanto os comandados de Ole Gunnar Solskjaer mostravam grandes dificuldades em ataque organizado. Fred e Pogba estiveram sempre debaixo de olho da defensiva contrária e faltava outra capacidade na saída de bola por parte dos centrais, bem como outro nível exibicional entre linhas, do desaparecido Lingard.
Sim, é verdade que o United começou o segundo tempo a trocar a bola no meio campo adversário, mas é também um facto que nem por isso foram capazes de criar qualquer lance de perigo ou incomodar Ter Stegen. Aliás, no primeiro quarto de hora da segunda parte, só houve um remate e saiu desenquadrado…
A estatística podia manter-se por mais uns minutos, não fosse Philippe Coutinho. O brasileiro tem sido criticado pelos adeptos culés, mas hoje ouviu o seu nome cantado nas bancadas de Camp Nou depois de uma obra de arte. Coutinho atirou do meio da rua e marcou um dos melhores golos da atual edição da Liga dos Campeões. Estava feito o 3x0 e selada a eliminatória.
Solskjaer ainda tentou mudar, com a entrada de Lukaku e Dalot e o regresso à linha de três centrais, com o português a assumir a ala direta, mas o resultado estava feito. O Barça limitou-se a controlar e consumou a passagem às meias-finais da liga milionária.
Coutinho tem vindo a ser bastante criticado pela massa adepta, assobiado até, mas hoje realizou uma bela exibição, que culminou num grande golo. O brasileiro apontou uma autêntica obra de arte e pode ter feito as pazes com Camp Nou.
É quase doloroso ver o Manchester United a tentar sair a jogar e criar em ataque organizado, tal é a incapacidade da equipa de Solskjaer. Hoje voltou a ser um claro problema, tal como na primeira mão, e foi claramente uma das principais razões para o desfecho da eliminatória.