Foi já com a venda de Éder Militão ao Real Madrid tornada pública que Sérgio Conceição abordou o tema na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Marítimo. Garantindo que o negócio nada irá alterar no que toca ao dia a dia dos dragões, o treinador aproveitou para relembrar as dificuldades que os clubes portugueses têm em manter jovens de elevado potencial.
«Isso são situações de mercado, e como digo sempre o mercado fica à porta do Olival. É uma situação pública, posso comentar que não vai mudar em nada, nem que custasse 500 milhões de euros ou algo do género, não mudaria o nosso trabalho, o nosso dia a dia aqui», começou por salientar o treinador do FC Porto a este respeito.
«Há outros jogadores que acabam contrato e que se calhar ficam, outros têm quatro anos de contrato e se calhar vão embora, mas isto é o futebol. No fundo, temos que olhar para isso de forma completamente natural. O trabalho e o foco com certeza serão os mesmos da parte do Militão para com a equipa e da equipa técnica e da estrutura para com o Militão», prosseguiu.
«Poderá mudar é o que as pessoas possam pensar. E quando o Militão não tiver que jogar, não joga. Quando jogar a lateral-direito joga, quando jogar a médio defensivo joga, quando tiver que ficar na bancada fica. Não depende nada desta situação do Militão com o Real Madrid. Zero. Depende zero».
O técnico abordou, então, a questão financeira, realçando que estas vendas são inevitáveis em casos como o de Militão e falou também sobre o futuro próximo: a possibilidade de mais vendas e a necessidade de encontrar novos jogadores.
«Vocês compreendem, e é absolutamente normal, com estes jogadores jovens com grande qualidade. O FC Porto está de parabéns, a estrutura que o foi buscar e a equipa técnica que o quis aqui, também pela evolução do Militão. Os clubes portugueses não podem manter estes jogadores por oito ou dez anos, como faz o Real Madrid, o PSG agora, o Manchester United e por aí fora. Não há capacidade financeira para os manter. Eu acho isso absolutamente normal», salientou o técnico.
«Espero que haja mais um ou outro negócio benéfico para o FC Porto em termos financeiros. Cabe-nos a nós desbravar mais caminho à procura de bons jogadores para os potenciar e para andar nesta roda-vida, como se costuma dizer, sendo que o FC Porto é uma equipa sempre competitiva nas competições internas e competitiva também na Europa, como ficou demonstrado nestes dois anos em que eu aqui estou».