Dificuldades aparecerem pelo caminho, mas o FC Porto voltou a responder à altura. Em casa, o líder recebeu e bateu o Portimonense, por 4x1.
Numa partida interessante, especialmente na primeira parte, falaram mais alto os primeiros 20 minutos da segunda parte, tempo útil para o fortalecimento da liderança portista.
Era difícil pedir mais a FC Porto e Portimonense durante os primeiros 45 minutos. As duas equipas, com propostas de jogo atacante, entregaram-se de corpo e alma ao espetáculo, que saiu fortalecido, com os grandes artistas (Brahimi nos da casa, Nakajima para os algarvios) a demonstrarem todo o arsenal técnico.
E se o campeão, depois do descargo de adrenalina no dérbi, entrou como que adormecido, o Portimonense, a viver o momento, a todos os níveis, mais estável da época, tratou de silenciar o Tribunal do Dragão, surpreendido pelas transições construídas por Paulinho e Nakajima, o protagonista do lance do primeiro golo, com um cruzamento teleguiado na direção da cabeça certeira de Tormena.
Perante um conjunto algarvio sempre perigoso no momento de sair para o ataque, o FC Porto foi arranjando, aos poucos, o antídoto. Com a arte de Brahimi, numa noite menos positiva de Óliver, retirado da partida após 40 minutos, o Dragão foi construindo oportunidades, surgidas, maioritariamente, nas costas da defensiva dos algarvios.
Apesar da facilidade (que virou exagero, em determinados momentos) em jogar na profundidade de Marega e Soares, o golo do empate apareceu através de um canto, com Marega a compensar pelo ar as limitações mais terrestres. Ricardo ainda evitou, com boas saídas a reviravolta, Casillas impediu o regresso aos golos de Jackson...no Dragão, mas o intervalo chegou sem alterações.
Quando Manuel Mota apitou para o reinício da partida, a intenção do Portimonense passava por continuar a jogar no campo todo e a proporcionar momentos de relativa indisposição a Iker Casillas. Muito por culpa de um Dragão insaciável, as boas intenções vindas do Algarve saíram furadas.
Em menos de dez minutos, a equipa de Sérgio Conceição criou um autêntico (mais até no plural) terramoto na organização defensiva do Portimonense, que nunca encontrou resposta para o talento e para a velocidade dos portistas. A reviravolta foi consumada por Soares, após cruzamento de Brahimi e desvio de Marega. O início, apenas, de um autêntico Super-Dragão...
Uma equipa confiante, a viver um momento singular nas últimas épocas, com a materialização da 11ª vitória consecutiva, levada ao colo por um público que ainda teve tempo de festejar em mais um par de ocasiões, com Brahimi a finalizar uma transição conduzida pela força de Danilo e Soares a emendar, à boca da baliza, após a marcação de um canto.
Até ao final, destaque apenas para a ovação a Jackson Martínez, que voltou a jogar com evidentes dificuldades físicas (louve-se o comportamento do colombiano), e para o controlo de um líder fortalecido por 11 vitórias consecutivas. Um autêntico rolo compressor.