À quinta visita do FC Porto a Moscovo, a quinta vitória. Não foi simples e os dragões beneficiaram dos erros dos portugueses do Lokomotiv e dos reflexos de Casillas, mas juntaram três pontos à conta, isolaram-se no topo do grupo e os oitavos estão bem à vista. Marega voltou a marcar na prova dos milhões, agora de penálti, Herrera foi num momento crucial o homem de área que faltava e Corona fechou o resultado.
Duas equipas com soluções de recurso nos onzes, face às ausências relevantes, uma equipa num sistema tático ousado - os russos -, a outra numa formação mais clássica. Do lado portista, o prémio a Óliver pelo papel de organizador bem assumido em Vila Real, do lado moscovita dois portugueses, intimamente ligados ao filme do primeiro tempo. O FC Porto aproveitou os erros adversários, foi eficaz como nem sempre é e assim fez por merecer o triunfo e os milhões.
Já foram assinaladas 15 grandes penalidades contra o FC Porto na Liga dos Campeões; hoje foi a 3.ª desperdiçada
⚠Os 3 penaltis falhados por adversários do FC Porto na Champions foram todos na 🇷🇺Rússia:
🇷🇺Ignashevich
🇧🇷Hulk
🇵🇹Manuel Fernandes pic.twitter.com/lFGVGKGwBl
— playmakerstats (@playmaker_PT) 24 de outubro de 2018
Nessa primeira metade bem podem agradecer a Manuel Fernandes e a Éder, sim, mas também a Iker Casillas. O histórico guardião espanhol voltou a brilhar sob os holofotes da Liga dos Campeões, travando um penálti que podia ter dado vantagem moscovita logo aos 10 minutos. Telles causou uma grande penalidade, Manuel Fernandes assumiu a responsabilidade mas viu Casillas saltar para o lado certo e segurar o resultado. Tal como fez Telles, um pouco depois, dando ares de redenção com duas intervenções fulcrais.
O FC Porto tinha sérias dificuldades a assumir o jogo. A reação à perda era positiva mas as ideias escasseavam no processo ofensivo. Óliver jogava atrás, bem longe da zona de desequilíbrio, e os extremos criativos (ainda) não criavam. Para que o golo surgisse, teria de haver inspiração ou proveito pelo erro adversário: foi a segunda opção, e Éder foi então o protagonista pela negativa. De forma pouco compreensível, agarrou Felipe num canto portista e houve penálti que Marega aproveitou, com um remate forte rasteiro que Guilherme não travou.
Mesmo com o golo portista, sentia-se o frio moscovita no jogo. Os dragões tinham - e têm - recursos bem superiores aos moscovitas, mas estavam longe do brilhantismo. Valeu uma jogada eficaz com toques de América Latina a dar mais alguma segurança: Maxi entregou a Corona, que trabalhou bem perante Anton Miranchuk e cruzou para o cabeceamento perfeito do compatriota Herrera, bem em jeito de matador. O conforto, porém, não durou, já que um erro crasso de Éder Militão permitiu que Anton Miranchuk reduzisse, assistido pelo irmão.
🇲🇽Corona marca e assiste no mesmo jogo: é a 4.ª vez que o faz no FC Porto. A última tinha sido há um ano:
➡out 2016 Gafanha
➡dez 2016 Leicester
➡out 2017 Paços Ferreira
➡out 2018 Lokomotiv pic.twitter.com/6hXanDYB6x
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Era a eficácia que permitia aos dragões estarem na frente da corrida e foi essa eficácia que trouxe um conforto maior. Depois de ter assistido, Corona quis também ver o seu nome na lista de marcadores e correspondeu com um remate forte a um grande passe a rasgar de Brahimi nas costas da defesa russa.
Dois golos de vantagem, um bom resultado para gerir e um Lokomotiv que, reduzido a dez elementos a partir dos 76' por expulsão de Kverkvelia, viu os argumentos para lutar por outro resultado esgotarem-se. O FC Porto é líder isolado do grupo D.