O médio do Lokomotiv prepara-se para voltar a ouvir falar português em campo, isto por estar à porta o duelo contra o FC Porto, vital para as aspirações do clube moscovita, e por isso concedeu uma entrevista ao jornal A Bola, na qual contou que não há indicadores para a renovação, num processo pelo qual mostrou estar desgostoso.
Da renovação, o melhor que posso dizer para descrever o que está a acontecer é que esse processo se encontra parado. Não houve evolução alguma nos últimos tempos e desconfio que não haverá no futuro próximo. Porquê? Garanto que não é por culpa minha. (...) Desagradou-me imenso [o processo de negociações]», contou, para depois concretizar.
«Tudo é muito simples: quando há respeito e honestidade de todas as partes, todas as soluções são possíveis. A partir do momento em que não há respeito e, especialmente, em que há desonestidade, o melhor é cada um seguir a sua vida. Houve quem não tivesse sido honesto comigo e, por muito que goste do clube, há situações que não tolero. Seria contra os meus princípios permanecer num clube onde a honestidade não é qualidade tida como primordial, como tive o desprazer de comprovar nos últimos meses», disse, claramente magoado com o processo.
Quer isto dizer que, muito provavelmente, junho de 2019 marcará o fim de uma ligação que começou em 2014 e que teve como ponto alto o título nacional conquistado na época passada. Portanto, a conversa foi também sobre o que se segue. E Portugal estará, quase de certeza, fora de hipótese.
«É altamente improvável o regresso ao futebol português. Começa logo pela política de contratações dos clubes portugueses: quase nenhum aposta na experiência ou contrata futebolistas acima dos 30 anos. Preferem, por norma, contratar jovens, que tenham margem de progressão, para rentabilizar e vender. Esse é o primeiro entrave, embora sinta que ter 32 anos não me impede de progredir e evoluir. Depois, há a vertente económica. Não sei se há algum clube capaz de pagar o que eu ganho e o que pretendo continuar a ganhar, venha a jogar onde jogar», avaliou.