As primeiras decisões avizinham-se e, por isso, o Benfica optou por adversários fortes na pré-temporada. A medida tem conduzido a exigências logo desde o início, com os vice-campeões nacionais ainda a denotarem algumas dificuldades para manter uma certa consistência. O empate a uma bola, diante da Juve, foi paradigmático quanto ao que ainda há a rever.
Os encarnados até entraram com ideias e mais bola, mas o filme do capítulo anterior repetiu-se: esta Águia tem ainda pouco poder de fogo, voa a fogachos e é hesitante quando o adversário apresenta qualidade - o resultado esconde parte do cenário.
À semelhança do que aconteceu com o Dortmund, o Benfica entrou mandão na partida. Diante de um adversário a misturar titulares indiscutíveis com jovens promessas, os encarnados, na fase inicial da partida, foram mais rápidos e tiveram um melhor uso da bola, pouco consumado em alguma oportunidade clara - Salvio foi o único a testar a atenção de Szczesny.
Mesmo sem grandes chances, a turma de Rui Vitória, com uma dupla de meio-campo em evidência - Gedson esteve participativo, com e sem bola, e Pizzi foi cerebral e inteligente para gerir o futebol ofensivo da equipa -, empurrou a vechia signora para a sua organização defensiva, com alguns dos jovens italianos a errarem aqui e ali; numa ocasião, Gedson roubou o esférico, colocou-se em boa posição, mas atirou ao lado.
Num dos poucos momentos em que o crónico campeão italiano se aproximou, de forma constante, da baliza de Vlachodimos, Ferreyra, ao cortar a bola, chocou com Jardel e ficou estendido no chão, sendo prontamente assistido pela equipa médica, abandonando a partida com colar cervical. Retirando uma ou outra arrancada e fogacho individual - Grimaldo e Salvio mostraram-se inconformados -, a possível lesão grave do argentino foi mesmo a única nota de destaque da última fase da etapa inicial.
Com algumas alterações para a segunda parte - Cancelo passou de um lado ao outro do campo, passando a jogar a extremo -, a Juventus surpreendeu um Benfica remodelado na zona intermediária do campo. Em dez minutos, três acelerações no último terço, a qualidade de Cancelo e uma ou outra hesitação da defesa (Conti esteve desconcentrado) resultaram num trio de oportunidades, resolvidas de forma certeira pelo guardião alemão, que brilhou no frente a frente com Khedira.
Depois da tormenta, veio a calma. O Benfica, sem a mesma qualidade na posse, recompôs-se, voltou a ter mais bola no meio-campo adversário e, sem grandes aproximações inteligentes ao último terço contrário, o golo acabou por surgir, com Grimaldo, de livre, a protagonizar um dos grandes momentos da pré-temporada encarnada - a bola, como que teleguiada, subiu e desceu numa perfeição que surpreendeu o desamparado Perín.
O jogo, como já é hábito nas lides de pré-época, foi entrando num certo caos, com muitas substituições, equipas descaracterizadas - os vice-campeões acabaram com Jonas e Rúben Dias como únicos titulares em relação à época passada -, uma valente oportunidade para o empate, impedido pela barra, e a tão expectável, justa e inevitável igualdade, materializada por um grande momento individual de Clemenza, uma das promessas a tentar convencer Allegri.
Até ao final, a partida continuou a ser jogada com mais coração do que cabeça, pertencendo à Juve, ainda assim, os lances de maior requinte técnico e perigo. Vlachodimos evitou a remontada (não a derrota nas penalidades), mostrou-se presente quando a equipa precisava, ainda que existam erros impossíveis de resolver pelo portero...até ao tal sete de agosto.
1-1 (2-4 g.p.) | ||
Álex Grimaldo 65' | Luca Clemenza 84' |