O St. James' Park e o Museu do FC Porto têm algo em comum, que não é difícil adivinhar. Sir Bobby Robson, pois claro, o treinador que nesses dois lugares tem direito a estátuas e que influenciou Mourinho, Villas-Boas, Guardiola e tantos outros. O treinador que influenciou treinadores, o homem que influenciou homens. O treinador e homem que no sábado, antes do jogo de apresentação dos portistas, terá direito a uma homenagem em pleno Estádio do Dragão.
Foi pelas portas de Alvalade que Bobby Robson (o título de Sir viria muito depois) entrou em Portugal, e pela mão de Sousa Cintra. O currículo já era vasto, com uma histórica campanha no Mundial1990 (quarto lugar) pela seleção inglesa em destaque. A passagem pelo Sporting, porém, acabou de forma abrupta, com o então presidente do clube (e atual presidente interino da SAD) a optar pelo despedimento apesar de a equipa ocupar o primeiro lugar do campeonato.
Chegou o FC Porto como pretendente e começou uma era em que Bobby Robson deixou a sua marca de forma vincada no clube portuense. Nas Antas ficou uma Taça de Portugal, uma Supertaça e, mais importante do que isso, os primeiros dois campeonatos da série do até hoje inédito penta. Ficou também a memória de um homem consensual no balneário, como os seus antigos pupilos Rui Barros e Paulinho Santos recordam com carinho.
A oportunidade de rumar depois ao Barcelona foi irresistível para Bobby Robson, que levou consigo um jovem José Mourinho que manteve a seu lado durante uma época em que os catalães venceram a Taça do Rei, a Supertaça de Espanha e a Taça das Taças. E também em Barcelona ficou a memória de um homem acarinhado por todos, e entre todos esses estava um médio de seu nome Pep Guardiola, influenciado para sempre pelo treinador inglês.
Já o Newcastle, clube do seu coração, chegou mais tarde na vida de Bobby Robson. 1999 era o ano, Ruud Gullit havia deixado o comando técnico e abria-se uma vaga que Robson agarrou, apesar das iniciais divergências financeiras com o clube. Os magpies estavam no último lugar da tabela e acabaram a época num 11º lugar, que repetiram depois, seguindo-se após isso três temporadas entre os seis primeiros da classificação.
Foi vencido por um cancro pulmonar a 31 de julho de 2009, mas José Mourinho demonstrou assim o seu afeto por Sir Bobby: «Bobby Robson é daquelas pessoas que não morrem, não tanto pelo que fizeram na carreira, por uma vitória a mais ou a menos, mas por tudo o que souberam dar a quem, como eu, teve a sorte de os conhecer e caminhar ao seu lado».