O fim de semana que se avizinha pode ser histórico para o Óquei Clube de Barcelos. A equipa minhota pode chegar à sua terceira Taça CERS consecutiva, algo que nunca nenhuma equipa conseguiu. Devido à ocasião, o zerozero vai publicar, até ao dia do jogo, uma série de trabalhos sobre o tema.
O que vai ler agora, caro leitor, é, à semelhança do que Luís Querido já fez aqui e aqui, uma recordação, na primeira pessoa, dos títulos do Barcelos. No caso, esta recordação diz respeito a Reinaldo Ventura, outro dos obreiros dos dois títulos seguidos do Barcelos na Taça CERS, no que toca ao primeiro título: o de 2015/16.
Quando cheguei a Barcelos tinha a noção que aquilo que podíamos vencer seria a CERS e a Taça de Portugal porque o campeonato seria quase impossível. Então, logicamente, era o principal objetivo por se tratar de uma prova europeia.
No primeiro ano, e depois de garantir o acesso à final four e de se saber que seria em Barcelos, começámos a sentir da parte de todos que seria possível, mas eu dizia sempre que vencer em casa é mais difícil que vencer fora, por dois motivos.
Primeiro, a pressão de ganhar é maior porque estamos todos junto dos nossos adeptos e porque jogamos em nossa casa. Segundo, porque poderia trazer um pensamento que seria mais fácil vencer por ser em casa. Estes fatores, como é lógico, foram falados e chegamos a um ponto em que percebemos que se não fossemos todos com esse pensamento não conseguiríamos. E o nosso espírito guerreiro estava ao máximo.
A nível pessoal, queria muito vencer porque vinha de um ano difícil, porque aqueles adeptos merecem tudo depois do apoio que nos deram sempre, e porque são uma cidade que vive de hóquei. É incrível. Mas principalmente naquela altura, por todos os jogadores que estavam a meu lado.
Era uma equipa jovem, que tirando o Ricardo Silva, nunca tinha ganho nada, e vencer com o símbolo que sempre vestiram ao peito era algo único. Foi um prazer, para mim, ver a felicidade estampada no rosto de todos quando vencemos. Jamais esquecerei as viagens que tivemos do estágio para o pavilhão. Ambiente incrível por parte dos adeptos do Óquei de Barcelos que fizeram com que tudo se tornasse realmente inesquecível.
Sem dúvida que grande parte deste sucesso se deve a duas pessoas: Paulo Freitas e Ricardo Gomes. O primeiro, que me deu a possibilidade de continuar a fazer o que gosto, que acreditou e que acima de tudo venceu e eu sei o quanto trabalhou para chegar àquele momento. Ao Ricardo, que não o conhecia, mas que passei a admirar. É a pessoa certa para estar ao lado do Paulo. Sem dúvida os obreiros desta proeza.
Na próxima sexta-feira, Reinaldo Ventura volta a escrever em primeira mão para o zerozero sobre a conquista da Taça CERS em Itália, na época passada.